O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Coletânea do Além — Autores diversos


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A divina lição

1 Quando o Grande Processado
Ouviu a condenação,
O povo esperava, aflito,
Os gestos de reação.


2 Não se dizia emissário
Da majestade de Deus?
Por que dobrar-se humilhado
À tricas de fariseus?


3 Não se afirmava o Senhor?
Não era o Divino Mestre?
Por que curvar-se à injustiça
No campo da dor terrestre?


4 Fala-se que Jesus
Era o Caminho, a Verdade,
A Vida Vitoriosa
No seio da Divindade…


5 Entretanto, pobre e humilde,
Em face da multidão,
Era Ele tido à conta
De feiticeiro e ladrão.


6 Vencido e dilacerado,
O sangue a empapar-lhe a fronte,
Contemplava, angustiado,
A fímbria azul do horizonte.


7 O povo, porém, não via
Nem milagres, nem sinais…
Onde o socorro divino
Das hostes celestiais?


8 Martírios e bofetadas.
E o Mestre não reagia,
Suportando a cruz pesada
Na túnica da ironia.


9 Que fazia o Condenado?
Por que não pedir dos Céus
Incêndios, misérias, pragas,
Flagelações, escarcéus?


10 Onde os carros poderosos
De Jesus de Nazaré?
Onde as armas e soldados
Pela paz da nova fé?


11 O Justo, porém, na cruz,
Ouvindo perguntas mil,
Viu que a turba inda era frágil
Ignorante e infantil.


12 E o Mestre, fitando os Céus,
Deu a divina lição
Do amor que redime a vida
No silêncio e no perdão.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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