21. — Existirá na opinião dos Amigos Espirituais alguma correlação entre disritmia cerebral e mediunidade?
Estamos na certeza de que o futuro dirá, do ponto de vista científico, que sim. A chamada disritmia cerebral, na maioria dos casos, funciona como sendo um implemento de fixação da onda mental do espírito comunicante; muitas vezes, também, essa mesma disritmia cerebral é um elemento importante no problema obsessivo.
Achamo-nos aqui perante questões que o futuro nos mostrará em sua amplitude, com as chaves necessárias para a solução do problema.
22. — A epilepsia será sempre resultado de processo obsessivo?
Às vezes sim, de outras vezes não; entendendo-se, porém, que o problema nervoso está presente em todos os fenômenos considerados epileptóides, porquanto o próprio traumatismo da criatura, no campo emocional, pode gerar determinadas manifestações epileptóides, sem a presença de Espírito obsessor.
23. — Qual a melhor maneira, no conceito da Espiritualidade Superior, de se operar o chamado desenvolvimento da mediunidade?
O Espírito de Emmanuel sempre afirma que o desenvolvimento da mediunidade, na essência, deve ser o burilamento da criatura em si, porque o aperfeiçoamento do instrumento naturalmente permitirá ao Espírito manifestar-se, em melhores condições de autenticidade, em auxílio a nós outros.
24. — Do ponto de vista espiritual como definir o lar e a família?
Outra afirmativa de nosso Emmanuel: diz ele que lar é uma bênção de Deus para os homens e que a família é uma criação dos homens em que os homens podem servir a Deus, desde que aceitem com amor o sacrifício e a renúncia, o trabalho e o serviço, por alicerces da segurança e da felicidade.
25. — Por que motivo o casal, muitas vezes, tem no noivado uma paixão marcante e experimenta a diminuição do interesse afetivo nas relações recíprocas, após o nascimento dos filhos?
Grande número de desenlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das leis divinas e formem o lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências anteriores em motivos de amor e compreensão maior.
O namoro e o noivado, em muitas ocasiões, estão presididos pelos Espíritos familiares que serão filhos do casal. Quando esses mesmos Espíritos se corporificam em nossa casa, na posição de nossos próprios filhos, parece que há diminuição de amor entre os cônjuges, mas isso não acontece; existe, sim, o decréscimo da paixão, no capítulo das afeições possessivas que nos cabe evitar.
26. — Os casais, que experimentam o mesmo desinteresse afetivo, no campo das relações múltiplas, após a chegada dos filhos, devem continuar unidos mesmo assim?
Os nossos Amigos Espirituais explicam que ninguém pode exigir de alguém espetáculos de grandeza e que determinadas situações heroicas nem sempre podem ser abraçadas pela criatura humana. Mas, tanto quanto possível, por amor aos filhos e aos familiares outros, é aconselhável sofrer qualquer espécie de dificuldade para sustentar a família e resguardar a invulnerabilidade do lar.
Se tantos de nós, tantas vezes, nos sacrificamos, de modo quase absoluto, em grandes avais, para os quais não nos achamos preparados, em favor de determinados amigos, por que não nos seria possível igualmente sofrer ou lutar por amor aos filhos e dependentes? É uma pergunta a nós todos.
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel