“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do Alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” — TIAGO (Tiago, 1.17)
1 Afinal, que possuímos que não devemos a Deus?
A própria vida de que dispomos se reveste de tanta grandeza e de tanta complexidade, que só a loucura ou a ignorância não reconhecem a Divina Sabedoria em seus fundamentos.
2 Para a consideração disso, basta que o homem reflita no usufruto inegável de que se vale na mobilização dos bens que o felicitam no mundo.
3 O corpo que lhe serve de transitória moradia é uma doação dos Poderes Superiores, por intermédio do santuário genético das criaturas.
4 Os familiares se lhe erigem como sendo apoios de empréstimo.
5 A inteligência se lhe condiciona a determinados fatores de expressão.
6 O ar que respira é patrimônio de todos.
7 As conquistas da ciência, sobre as quais baseia o progresso, são realizações corretas, mas provisórias, porquanto se ampliam consideravelmente, de século para século.
8 Os seus elementos de trabalho são alteráveis de tempo a tempo.
9 A saúde física é uma dádiva em regime de comodato.
10 A fortuna é um depósito a título precário.
11 A autoridade é uma delegação de competência, obviamente transferível.
12 Os amigos são mutáveis, na troca incessante de posições, pela qual são frequentemente chamados a prestação de serviço, segundo os ditames que os princípios de aperfeiçoamento ou de evolução lhes indiquem.
13 Os próprios adversários, a quem devemos preciosos avisos, são substituídos periodicamente.
14 Os mais queridos objetos de uso pessoal passam de mão em mão.
15 Em qualquer Plano ou condição de existência, estamos subordinados à lei da renovação. À vista disso, sempre que nos vejamos inclinados a envaidecer-nos por alguma coisa, recordemos que nos achamos inelutavelmente ligados à Vida de Deus que, a benefício de nossa própria vida, ainda hoje tudo pode rearticular, refundir, refazer ou modificar.
Emmanuel