1 Paciência incessante em todas as dores e em todas as circunstâncias, a fim de que venhamos a transpor com segurança as dificuldades que vigem por fora, mas também cultivar paciência conosco, para construirmos a nobilitação que nos é necessária.
2 Com isso, não queremos dizer que devamos acalentar as nossas fraquezas ou aplaudir as próprias faltas, mas sim que não nos cabe interromper a edificação, no mundo íntimo, quando surjam falhas em nós, no serviço do bem que nos toca fazer.
3 Frequentemente, fugimos envergonhados, desertando das tarefas de elevação, martelando confissões, qual se pregássemos esponjas de farpas no coração, para que nos firamos a toda hora.
4 E repetimos a cada instante:
— Verifiquei que não presto…
5 — Tentei melhorar-me e não pude…
6 — Não me peçam voltar ao serviço, que não sou santo…
7 — Larguei a oração porque tenho lama no pensamento…
8 — Sou um poço de vermes…
9 — Não quero perturbar os outros com os meus defeitos…
10 — Sou um monte de erros…
11 Há quem recorra ao rifão popular: “pau que nasce torto tem a sombra torta”, esquecendo-se de que existem milhares de troncos, tortos na configuração externa, guardando seiva robusta e sadia, na produção dos frutos com que alimentam as criaturas.
12 Cair é acidente próprio dos que caminham.
Refocilar-se no chão é próprio dos que se animalizam.
13 Aprendamos a emendar, corrigir, restaurar, refazer…
14 Nos derradeiros ensinamentos, Jesus não se esqueceu de induzir-nos à calma, recomendando aos seguidores: “Na paciência, possuireis as vossas almas.” ( † )
15 Isso realmente significa que precisamos de paciência, não só para angariar a simpatia e a colaboração das almas alheias, mas para educar também as nossas.
Emmanuel