1 Tua fé viva! — Tua lâmpada.
Zelarás por tua lâmpada para que as perturbações do caminho não te mergulhem nas trevas.
2 O serviço é a chama que lhe define a vida, a compaixão é o óleo que a sustenta.
3 Clareia a estrada para os que se acolhem na sombra e segue adiante!…
4 Vê-los-ás tresmalhados no grande tumulto… Entre eles, encontramos:
5 os que se julgam em liberdade, quando não passam de cativos da ignorância e do ódio;
6 os que deliram na ambição desregrada, pisando o cairel de pavorosas desilusões;
7 os que estadeiam soberbia nas eminências do mundo, admitindo-se encouraçados de poder, sem perceberem o abismo que os espreita;
8 os que fizeram da vida culto incessante a todos os excessos e para quem a morte breve surgirá por freio de contenção…
9 E com eles se agitam aqueles outros que desprezaram as vantagens do sofrimento, transformando o benefício da dor em cárcere de revolta;
10 os que descreram do trabalho e se enredaram no crime;
11 os que desertaram da consciência atirando-se ao fogo do remorso
12 e os que perderam a fé, incapazes de sentir a bênção de Deus que lhes brilha no coração!…
13 Unge de amor o pensamento transviado de todos os que se demoram na retaguarda, enlouquecidos por sinistros enganos e derrama o bálsamo do conforto nas feridas abertas de quantos se afligem na estrada, sob a névoa do desespero!…
Para isso, não contes dificuldades, nem relaciones angústias.
Auxilia e ama sempre.
14 Se garras de incompreensão ou de injúria te assaltarem na marcha, entrega os tesouros que carregas, abençoando as mãos que te firam ou te despojem, mas alça a tua flama de confiança e caminha.
15 Cada golpe desferido na alma é renovação que aparece, cada espinho que se nos enterra na carne do sonho é flor de verdade a enriquecer-nos o futuro, cada lágrima vertida nos alimpa a visão!…
16 Tua fé viva! — Tua lâmpada!…
Faze-a fulgir, acima de tuas próprias fraquezas, para que, um dia, possas transfigurá-la em estrela de eterna alegria, nos cimos da Grande Luz.
Emmanuel
(Anuário Espírita 1966)