1 Ei-lo desencarnado e a sombra a que se entrega,
Triste irmão vingador… Pragueja, grita, ausculta…
Lembra a mão que o prostrara e a mágoa se lhe avulta,
Vítima embora, esvai-se em paixão bruta e cega!…
2 Tenta extinguir em vão a imagem que carrega,
A face do rival faz-se-lhe chaga oculta…
Ao medalhão mental que o enlouquece e insulta,
Anseia retornar ao mundo a que se apega!…
3 Implora nova mãe de cujo amor renasça,
Toma o claustro materno entre a ira e a ameaça,
Dorme atando à memória os quadros do ódio antigo…
4 E agarrado à vingança e ao fel que o desconforta,
Plasma no próprio feto, em carne viva e morta,
A figura larval do seu próprio inimigo!…
Epiphanio Leite
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