1 À maneira de tanta gente, é possível exerças importante papel em algum drama familiar.
2 Observa, no entanto, que não te encontras a sós. Em derredor de ti, outras provações em série se desenrolam, quase sempre entre episódios mais dolorosos do que aqueles que se te fazem mais íntimos.
3 Recorda as tribulações daqueles que carregam enfermidades irreversíveis;
4 os grupos domésticos envolvidos em assuntos de delinquência;
5 as inquietações dos pais que acompanham filhos queridos a recantos de tratamento complexo, onde habitualmente se lhes apagam os raciocínios;
6 os conflitos dos filhos que perderam os pais nas cinzas da morte física e se antagonizam até a fixação do ódio que os separa por bagatelas de herança;
7 as equipes domésticas, tumultuadas pelo sofrimento, que se reconhecem desafiadas por amargos processos de obsessão;
8 a tragédia de companheiros numerosos que perderam a fé e se estiram no desespero;
9 as aflições das mulheres abandonadas, com pequeninos ao colo;
10 as lágrimas dos que choram entes queridos arrebatados pela morte, cuja ausência os arrasta para a insegurança e para o desequilíbrio por falta de confiança em Deus e na perenidade da vida;
11 e os flagelos dos grupos incontáveis das crianças afastadas do lar e treinadas nos hábitos infelizes, predizendo o amanhã de sofrimento que as espera.
12 Caso participes de alguma provação que te esbraseia o pensamento, não te permitas o luxo do desânimo e trabalha, servindo sempre.
13 Não será chorando o passado ou lastimando as dificuldades do presente que colaborarás na construção do futuro.
14 Em qualquer circunstância constrangedora, ergue-te e caminha.
15 Chora, mas trabalha.
16 Sofre, mas adianta-te;
17 Todos somos parcelas de vastas legiões de trabalhadores, chamados a cooperar na sustentação da harmonia e da felicidade de todas as criaturas, reconhecendo-se, porém, que para transmitir a paz e exemplificar resistência, a benefício do próximo, é preciso tê-las conquistado por dentro do coração.
Emmanuel
[1] Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier em reunião pública
da noite de 18/02/1983. O manuscrito dessa mensagem encontra-se sob a custódia do Dr. Eurípedes Higino, filho adotivo do Chico.