O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Caderno de mensagens — Autores diversos


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Diálogo entre amigos — Dr. Bezerra e Chico Xavier

(O paletó de Chico Xavier)

1 Dr. Bezerra vindo ao encontro do amigo Chico aproximou-se e deu-lhe afetuoso e reluzente abraço; e foi logo dizendo:

— Como vai Chico? Muito trabalho?

— Ah! Sim Dr. Bezerra, o trabalho é uma bênção! Espero continuar trabalhando…

— Então vamos Chico?  A reunião está prestes a começar e Jesus já está a caminho.


2 Embargados pela emoção permaneceram calados por alguns instantes, e Chico na sua simplicidade, pondo-se de pé, fitou aquele belo par de olhos azuis, que mais pareciam dois diamantes faiscando.

3 Pronto a obedecer àquele convite, o Chico ajeitou o paletó, passou as mãos no rosto, deixando transparecer sua disciplina de verdadeiro apóstolo do Mestre.

4 Dr. Bezerra, observando os pormenores, não pode deixar de fazer uma brincadeira para quebrar a emoção do momento.

— Chico — falou o Dr. Bezerra —, deixa o paletó; você não precisa mais dele, suas vestes agora são outras.


5 Chico, como que meio envergonhado, sorrindo, respondeu ao amigo com a humildade que lhe é peculiar:

— Dr. Bezerra, se o senhor me permite, irei de paletó, tenho receio que os participantes da reunião não me reconheçam; ainda me sinto um cisco de paletó, ele irá dar-me uma presença melhor diante dos amigos. O senhor não acha?


6 Dr. Bezerra, já com os olhos molhados pelas lágrimas, pensava consigo mesmo em silêncio: Meu Deus! Como pode um Espírito da envergadura espiritual do Chico esconder tanta luz detrás de um paletó velho e amarrotado?

7 Chico, sentindo a emoção e ouvindo os pensamentos do amigo, falou-lhe:

— Oh! Dr. Bezerra!… Foi neste paletó que eu aprendi a amar o meu próximo, a respeitar o sofrimento alheio. 8 Quantos bilhetes de mães em lágrimas foram colocados nos bolsos do meu paletó? Pedidos de preces, rogativas por uma mensagem de consolo, pela perda de um ente querido… Bilhetes simples… mas eu não deixei de ler nenhum deles, e chorava beijando aqueles pedaços de papeis, sentindo-me um cisco. 9 Era uma alegria muito grande levar as mãos aos bolsos e encontrar aqueles pedacinhos de papeis que nada mais eram que bênçãos vindas dos céus para o meu coração. Confesso ao senhor, que eram um elixir revigorando o meu Espírito. 10 O senhor imagina que o meu paletó vivia perfumado de rosas que colocavam no meu bolso. Chegaram a dizer que o perfume era meu, mas na verdade eram deles, que me amavam muito. Portanto, se o senhor não se importar, estou pronto, mas irei mesmo é de paletó. 11 Nosso Senhor Jesus Cristo irá sentir o perfume dos irmãos que sofrem na Terra. Ainda tenho alguns bilhetes no bolso, colocá-los-ei à disposição de Jesus, nosso mestre. Eu ainda me considero um verme rastejante vestido de paletó.

Risos…


12 — Dr. Bezerra — falou o Chico com alegria —, agradeço sua presença e companhia; a paciência que sempre dispensou em minha caminhada pela Terra. Sou-lhe muito grato! O senhor ajudou-me a concluir as tarefas com a Doutrina Espírita. Por este motivo eu nunca desisti de trabalhar… Obrigado!


13 Naquele momento Dr. Bezerra viu que realmente estava diante de um apóstolo do Mestre Jesus. Levou as mãos iluminadas ao ombro do amigo e, abraçando-o, saíram, deixando para trás dois rastros de luz em direção ao infinito.


Odilon Fernandes



(Este encontro foi narrado pelo Espírito do Dr. Odilon à médium Raulina Pontes, da Casa do Cinza, Uberaba, em sua residência, na madrugada do dia 17/08/2008)


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