1 Larga soma de tempo gastamos habitualmente na Terra, na inglória tarefa de fiscalizar a execução do dever que compete ao arbítrio e à possibilidade dos outros.
2 Observadores exigentes dos poderes públicos, sabemos reprová-los com veemência, salientando-lhes as omissões e defeitos…
3 Promotores de acusação desleal e gratuita, não vacilamos em agravar as faltas alheias, imprimindo-lhes criminosa feição para que se convertam em notícias escandalosas…
4 Críticos sistemáticos, estamos prontos a prejulgar, comentando sem compaixão os infortúnios do próximo, dilatando-lhes a extensão, por expor-lhe as mazelas à desconsideração e ao ridículo…
5 Inquisidores risonhos nunca faltamos ao veneno sutil da maledicência na taça da conversação doentia, enevoando o caminho daqueles que nos rodeiam…
6 E sempre que instados a destacar os “tempos novos” ou a fixar diretrizes religiosas, proclamamos a crise moral do povo e o apodrecimento da Humanidade…
7 Todavia, se realmente nos propomos a cooperar no trabalho reconstrutivo, confiemos o coração e a inteligência ao desempenho do dever em que a Bondade de Deus nos situa na ordem moral da existência, 8 sabendo que quanto mais alto se nos levanta o conhecimento, mais ampla se nos revela a obrigação de servir, 9 de vez que somente ao preço de nossa fidelidade ao dever corretamente cumprido, é que chegaremos a fazer bastante luz para que a Terra se erga à condição de mundo melhor.
Emmanuel