1 Compreendemos a expectativa angustiosa dos companheiros sinceros à face das imposições da lei humana e esperamos unicamente do Cristo a inspiração e a providência necessárias à execução dos nossos deveres evangélicos nos Círculos da carne, ou fora de suas expressões, mas em serviço, nas atividades terrestres.
2 O esforço sacrificial é crescente e seria desnecessário acentuar que os amigos desencarnados não podem indicar o caminho a seguir. n Nossas estradas se identificam e entrelaçam em quase todas as características, e se os campos de ação diferem na estrutura essencial, nós, os trabalhadores, somos os mesmos.
3 Semelhantes afirmativas não constituem linguagem sibilina ou propósito de escapar ao exame direto do assunto. É, sim, respeito à lei universal da responsabilidade e do testemunho consciencial do discípulo no trabalho que foi chamado a cumprir. 4 Estamos em luta e podemos esperar o assédio do mal e
aquele “escândalo necessário”. ( † ) Entre o “fermento dos fariseus” ( † ) e o “pretório” onde os “Pilatos” ( † ) se multiplicam, o discípulo segue negando-se a si mesmo e carregando a cruz redentora. ( † ) Este é, ainda, o caminho.
5 Nas emergências em curso, n queremos lembrar que não existem dispositivos humanos que coíbam o ato de dar no instituto comum de fraternidade humana, ou que impeçam a oração sincera na manifestação universal dos melhores sentimentos das criaturas.
6 Recordando esse imperativo da vida, somos de parecer, igualmente, que se nunca deveremos negar a Deus o que é de Deus, sempre haverá um meio de atender a César ( † ) no capítulo de suas exigências mutáveis, em cada fase das grandes experiências coletivas.
7 Eis a razão pela qual consideramos que, se for necessário, devem os cristãos voltar às portas fechadas das catacumbas, mas que não apaguem a luz confiada às suas mãos.
8 Entendemos a complexidade das obrigações cometidas aos discípulos novos, em vista da leviandade com que se vão rotulando, com o nome de Espiritismo, imensas absurdidades e extravagâncias. 9 É nesse acervo de incompreensões e intoxicações psíquicas que os discípulos fiéis encontrarão o seu testemunho, porque, na Terra, o justo suportará o peso das injustiças, qual aconteceu ao Mestre divino em sua passagem pelo mundo.
10 Nessa movimentação, porém, a liberdade entre os aprendizes é apanágio de cada um e cada qual deve ponderar quanto às suas possibilidades de testemunhar, como e quando, razão por que não podemos dizer “Marchemos cantando”, mas “Sigamos vigiando”. 11 A hora não é de entusiasmos e sim de prudência; não é de inquietação, mas sim de oração ativa. 12 De nós, nada temos, no entanto estou certo de que Jesus não nos faltará com o necessário ao cumprimento do nosso dever.
13 Esperamos que a sua misericórdia nos conceda, a nós, os companheiros desencarnados, a iluminação precisa para que possamos cooperar com o teu esforço n e dos demais partícipes das grandes responsabilidades da Casa de Ismael.
É a súplica do menor dos teus irmãos,
Emmanuel
Reformador — Agosto de 1976.
[1] Referência às perseguições sofridas pela FEB. As edições de Reformador dos meses de outubro de 1974, página 308, e de março de 1976, páginas 67-68, aludem ao assunto.
[2] Referência às perseguições sofridas pela FEB. Vide nota anterior.
[3] Em referindo-se a Guillon Ribeiro, presidente da FEB em 1937.