1 Coração no candente pelourinho,
Humilhado nos últimos tormentos,
Exposto à fúria de tufões violentos,
Agoniado, exânime, sozinho…
2 Agradece ao medonho torvelinho…
A tua voz, em trágicos lamentos,
Rompe Esferas, estrelas, firmamentos,
— Prece brilhando em fúlgido caminho!
3 Luta, mas vence o cárcere das trevas,
Sublimando o martírio a que te elevas,
Embora a própria angústia em pranto brades.
4 Extinta a noite do suplício extremo,
Desferirás teu voo alto e supremo
Na eternidade das eternidades! n
Cruz e Souza
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