1 Meus amigos, Jesus nos abençoe.
2 Espiritismo no Brasil é revivescência do Evangelho de redenção. Não nos esqueçamos dessa verdade simples para que não estejamos desajustados à frente das responsabilidades que esposamos perante o Senhor.
3 Em outros climas sociais e políticos, a doutrina consoladora dos Espíritos tem sido relegada à retorta ou à discussão, convertendo-se em mero experimento científico ou em pura divagação filosófica, procrastinando-se divinas realizações do Plano Superior que objetivam a sublimação da humanidade.
4 Raros círculos fora do santuário brasileiro guardaram fidelidade à expressão real do Espiritismo como genuíno mensageiro de Nosso Senhor Jesus Cristo na restauração da Boa Nova, em sua primitiva feição. 5 E amparados pelo “acréscimo da Misericórdia Divina” nosso movimento expressa em suas atividades essenciais o soerguimento do homem para a era nova, descerrando vastos horizontes ao conhecimento santificante como fator decisivo de recondução do homem moderno às bases da civilização cristã, que esperamos seja efetivamente erguida no planeta, nos séculos futuros.
6 Somos, desse modo, no Brasil, obreiros da celeste revelação, trabalhando na construção da legítima fraternidade, que, em nos regenerando, retificará igualmente a esfera em que evoluímos no rumo das supremas edificações do Espírito na glória porvindoura.
7 Não podemos, assim, segundo nos parece, comprometer a estabilidade de um cometimento que, no fundo, não nos pertence, estabelecendo qualquer serviço de incompreensão ou intolerância que redundaria em maior agravo de responsabilidade para nós mesmos.
8 Aprendamos, pois, a decidir nossas afirmações de trabalho e a solucionar os problemas que nos afligem no templo da união fraternal, sob a inspiração do Mestre, que nunca falha, a benefício dos discípulos de boa vontade. Não possuímos, pessoalmente, qualquer credencial que nos autorize a formular apelos à concórdia e à compreensão dos votos que abraçamos diante de Jesus.
9 Cada qual de nós permanece no setor de luta que lhe foi atribuído pela Eterna Sabedoria e devemos, antes de tudo, cultuar o respeito à tarefa dos nossos associados de ideal, sem interferências descabidas no esforço a ser realizado individualmente por nós todos nas linhas de ação renovadora que nos reúne os braços e os pensamentos, as esperanças e os corações. 10 Contudo, tanto quanto nos seja possível, auxiliemo-nos uns aos outros para que a obra da unificação dos espíritas do Brasil não periclite por nossa causa.
11 Recordemos a gravidade da hora que o mundo inteiro atravessa, desfalecendo à míngua de cooperação e de entendimento, de humildade e de amor, e não nos esqueçamos de que quase um milhão de companheiros do Espiritismo cristão [em 1953], na terra que nos acolhe, esperam de seus orientadores exemplos de fé e trabalho sadio, de esforço e renunciação pessoal na aplicação com o Mestre da Eterna Verdade.
12 O momento não comporta divergências e deserções no escuro desvão das atitudes precipitadas, e na abençoada sementeira de luz que, entre nós, se cobre de flores, não será justa a deliberada implantação do escalracho venenoso do personalismo desequilibrado, erva sufocante e daninha, que em todos os tempos tem asfixiado as melhores esperanças da humanidade melhor.
13 Considerando, desse modo, o patrimônio das obrigações que nos foram cometidas, doemos todos os recursos ao nosso alcance para que o nosso programa de harmonia e confraternização não se reduza a discursos e textos brilhantes, sem significação para as nossas tarefas substanciais.
14 Alguém disse que “o Espiritismo será aquilo que os homens dele fizerem”, n porque, indiscutivelmente, somos a instrumentalidade de Jesus, concretizando-lhe os planos de redenção sobre a Terra. 15 Façamos, pois, quanto estiver em nossas possibilidades para que as resoluções da nossa Doutrina de Amor sejam firmadas em assembleias dignas do nosso movimento de santificação para que a vitória nascente de nossa união evangélica seja, de fato e de verdade, hoje e sempre, uma bandeira de esperança e salvação para o mundo, em nome de nosso divino Mestre e Senhor. n
Emmanuel
[1] Reformador — Novembro de 1953, p. 257. [Reproduzida também no Reformador de março de 1976 com o título “No Templo da União Fraternal”, página 67.]
[2] [No invisível – Leon Denis. FEB.]
[3] Segundo consta do original, a mensagem foi recebida no dia 31/08/1953 e dirigida a Francisco Spinelli, Bady Elias Curi e José Simões de Mattos. Não há referência de local. Foi publicada também no jornal O Espirita Mineiro, da União Espírita Mineira, na edição de agosto de 1953.