O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartas do Alto — Autores diversos


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Visão

1 A natureza, em todos os reinos da Terra, é o livro da sabedoria infinita, concitando-nos ao entendimento da bondade de Deus.

2 A luz solar é a onipresença divina, convidando-nos à meditação na justiça e equanimidade do Senhor, que fluem para todos os seres.

3 A fonte é uma revelação permanente de graças, compelindo-nos a refletir na providência celeste que tanto protege os Espíritos mais sábios quanto os embriões desconhecidos na profundeza do solo.

4 A flor é um apelo à sensibilidade, induzindo-nos a reverenciar a Perfeição excelsa, que distribui amor e beleza, em todos os recantos do caminho.

5 A grandeza do Céu nos rodeia, em toda parte, a fim de que a nossa visão se exercite, se ilumine e cresça…

6 Entretanto, meu irmão, costumas rogar poderes sobrenaturais para ver os sinais do Alto quando há tantas maravilhas em torno de teus pés!…

7 Se não procuramos enxergar a bênção próxima, como valorizaremos o dom ainda remoto por transcender a nossa capacidade de conhecimento? 8 Se não cultivamos a fraternidade com o homem que respira ao nosso lado, como entenderemos o anjo distanciado de nossa posição evolutiva?

9 Lembra-te de que todo obstáculo é lição e de que o trabalho é a nossa estrada libertadora.

10 O coração amigo que te acompanha é alguém cuja abnegação deves reconhecer, antes que seja tarde, para que não acolhas o arrependimento infecundo; 11 e o coração incompreensivo que te desajuda é sempre alguém que se faz credor do salário de auxílio fraterno para que a maldade e a ignorância diminuam na jornada de todos.

12 Abre os olhos e vê.
Quando Jesus se colocou ao encontro de nossas necessidades, trouxe, acima de tudo, o sagrado objetivo de nossa iluminação espiritual.

13 Não é preciso subir alguém ao Céu, prematuramente, a fim de entrar na posse de sublimes revelações.
O mundo é um compêndio gigantesco, em que nos cabe descobrir os recursos de melhoria e elevação.

14 Não te esqueças, pois, de que, abraçando os nossos deveres no abençoado serviço de cada dia, a experiência no bem conferir-nos-á ao Espírito a glória imperecível da divina visão. n


Emmanuel



Reformador — Janeiro de 1953.


[1] Segundo consta da original, o soneto foi recebido em sessão pública na noite de 23/08/1950, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Não há referência de local.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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