1 Em casa, chega o momento
Destinado à refeição…
Raro aquele que recorda
A história de luz do pão.
2 Quase sempre, vem de longe,
Das zonas do campo em flor,
Oferecer-se à criatura
Em nome do Pai de Amor.
3 Foi semente sepultada
Na terra ferida e escura,
Ressuscitando em seguida
Nas belezas da verdura.
4 Suportou lutas amargas,
Noites ásperas, sombrias,
Recebendo chuva e sol,
Tempestades, ventanias.
5 Adornou-se em primavera,
Risonha, sublime, eleita,
E entregou-se alegremente
Ao segador na colheita.
6 Padeceu processos vários,
Viveu peregrinações,
Desde a ceifa rude e longa,
Ao prato das refeições.
7 Conforme reconhecemos,
Esse pão, quase sem nome,
É dádiva do Criador
Que vem mitigar a fome.
8 Mensageiro humilde e santo
De carinho e de bondade,
É o laço entre a Providência
E a nossa necessidade.
9 O amor e a abnegação
Resumem-lhe a bela história;
O espírito de serviço
É a vida de sua glória.
10 Coração que sofre amando
Na fé sublime e sem jaça,
Vai ser pão na Mesa Augusta
Dos Bens da Divina Graça.
Casimiro Cunha
|