1 Quase em todos os lugares,
Vencendo tempo e distância,
A boneca sempre atrai
A grande atenção da infância.
2 Em torno dela palpitam
Mil castelos pequeninos;
É a doce futilidade
Do coração dos meninos.
3 Nesses campos infantis
Há luta, rixa, esperança…
É tão frívola a boneca!
Mas faz feliz a criança.
4 Na casinha de brinquedo,
No princípio nobre e puro,
É que se forma o programa
Das construções do futuro.
5 Sabem disso os pais bondosos
E, notando a experiência,
Atendem aos pequeninos
Sem recursos à violência.
6 Não dilatam fantasias,
Não mentem por enganar,
Mas se valem da boneca
No intuito de ensinar.
7 Cada cousa, cada gesto,
Da mais ínfima expressão,
São vistos e aproveitados
Na esfera da educação.
8 A boneca inanimada
Constitui sempre o motivo,
De lições maravilhosas,
De trabalho evolutivo.
9 Há no mundo muitos homens,
Sem propósitos do mal,
Que guardam muitas bonecas
Da infância espiritual.
10 Junto deles, não condenes,
Não tenhas reprovação,
Não te faças de menino,
Jamais lhes negues a mão.
Casimiro Cunha
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