O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartilha da Natureza — Casimiro Cunha


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O poço

  1 Quem segue ao sol calcinante,
Com sede desesperada,
Rende graças ao Senhor
Achando um poço na estrada..


2 O quadro agreste, por vezes,
Não tem abrigo nem fonte,
Raras árvores se alinham,
Perdendo-se no horizonte.


3 Em meio à desolação,
Entre o calor e a secura,
A cisterna dadivosa,
Guarda a bênção da água pura.


4 Há poços de toda idade,
Bem calçados, mal assentes,
Mais rasos e mais profundos,
Em dimensões diferentes.


5 No seu íntimo, entretanto,
Trazem todos a água amiga
Que socorre aos que sucumbem
De desânimo e fadiga.


6 Quem tem sede se aproxima
Com cuidado e gratidão,
E dispensa ao poço humilde
Sempre a máxima atenção.


7 Lançando o copo ansioso
Sem notar os sacrifícios,
Evita a poeira ou o lodo
Que anulem os benefícios.


8 E sorve esse orvalho santo
Que vem da terra imperfeita,
Com o júbilo generoso
De uma oração satisfeita.




9 No mundo, o mesmo acontece:
Nas agruras do caminho,
Cada qual pode apelar
Às posses do seu vizinho.


10 Mas, se agita a lama em torno,
Como quem fere e escabuja,
O poço, apesar de bom,
Só pode dar-lhe água suja.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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