O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartilha da Natureza — Casimiro Cunha


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A cova

  1 Raro é aquele que medita
Contemplando a terra impura,
No trabalho peregrino
Da cova pequena e escura.


2 Assemelha-se à ferida
Sobre a leira dadivosa,
Indício de golpes fundos
Da enxada laboriosa.


3 Mas, na essência, a cova simples,
Singela, desconhecida,
É o altar da Natureza,
Celebrando a luz da vida.


4 É seio aberto à beleza,
Ao bem que se perpetua,
A existência renovada
Que se eleva e continua.


5 É o sepulcro onde a semente,
Em sombra e separação,
Vai, morrendo, reviver
Nas bênçãos da Criação.


6 E eis que a vida se elabora
Nessa doce intimidade,
Renovando-se aos impulsos
De força e imortalidade.


7 Depois do apodrecimento,
Germinação e esplendores,
Verdes galhos de esperança,
Tenros ninhos promissores.


8 Mais tarde, o tronco, a colheita
Na fartura indefinida…
Tudo, a obra generosa
Da cova humilde e esquecida.


9 Esse símbolo expressivo
Vem lembrar, à criatura,
O campo do cemitério
E o quadro da sepultura.




10 Inda aí, a cova amiga
É sempre o sublime umbral,
Porta, aberta ao crescimento
No Plano espiritual.


Casimiro Cunha


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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