1 No serro desamparado
Que chama ao suor e à luta,
O diamante luminoso
Descansa na pedra bruta.
2 Por conquistá-lo é preciso
Vencer enorme aspereza,
Eliminando os percalços
Que surgem da Natureza.
3 Sobretudo, é imprescindível
Estudar todo o cascalho,
Sem desprezar-lhe a dureza
No espírito do trabalho.
4 Longo esforço, longa espera,
Serviço e compreensão,
Tudo isso é indispensável
Ao bem da lapidação.
5 Ao preço de luta ingente,
A pedra sonha e rebrilha.
É a divina descoberta
Da gota de maravilha.
6 Pouca gente lembrará
Que a joia de perfeição
Constitui a experiência
Dos átomos de carvão.
7 A princípio, não passava
De míseros fragmentos
De carbono desprezível
Na força dos elementos.
8 Nas grandes transformações,
Viveu obscura e ao léu,
Mas, agora, é flor de luz,
Refletindo a luz do céu.
9 Quem não vê na joia rara,
Sublimada e soberana,
A história maravilhosa
Dos caminhos da alma humana?
10 Nos serros da Humanidade
Que a ignorância domina,
Cada ser guarda o diamante
Da Consciência Divina.
Casimiro Cunha
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