1 Irmãos, a paz de Jesus reine soberana entre nós.
2 O Espiritismo, no dia laborioso dos pioneiros, poderia ser uma fonte de consolações e surpresas, à frente de nossos olhos deslumbrados…
Era natural que assim fosse.
3 A sabedoria antiga voltava a felicitar-nos, no intercâmbio entre as duas Esferas, abrindo-nos horizontes diferentes no país das grandes revelações.
4 Infantis no conhecimento de ordem superior, éramos tolerados na indagação infindável e na curiosidade enfermiça que nos centralizavam a mente e o coração no verbalismo sem obras.
5 O tempo, no entanto, assinalou novas portas evolutivas em nossa jornada para diante.
6 A responsabilidade lançou raízes profundas em nossa vida, convertendo-nos a fé em abençoados compromissos de trabalho e a confortadora Doutrina que nos enriquece de bênçãos passou, de manancial do consolo isolado, à bendita construção espiritual, em que todos somos peças integrantes do serviço, em favor do progresso geral.
7 Antigamente perguntávamos.
Hoje é necessário fazer.
8 Em outro tempo experimentávamos.
Agora devemos ser experimentados no engrandecimento da vida na Terra.
9 Outrora, éramos exigentes no “receber”.
Atualmente, é imprescindível a nossa diligência para “dar”.
10 No princípio eram justos a expectação e o êxtase.
Na hora que passa, entretanto, somos obreiros convocados à edificação da fraternidade e da elevação entre os homens.
11 Grandes são as nossas oportunidades nos tempos modernos, em que a nossa instrumentação se mostra tão rica de dons para a vida eterna.
12 Nós, os espíritas cristãos, na segunda metade do século XX, somos servos conscritos à atividade incessante, com a aplicação dos imensos recursos recebidos do Alto.
13 Assemelhamo-nos a senhores abastados do ideal, com a obrigação de fugir à secura e à avareza, se quisermos encontrar, mais tarde, as compensações da verdade e do amor.
14 Nossas convicções são valores reais que precisamos distribuir, a benefício de todos; não somente, porém, com as palavras brilhantes, com as páginas inspiradas, com as promessas sublimes ou com os votos risonhos, mas, acima de tudo, com a demonstração prática de nossas experiências, de vez que apenas o orientador adequado produz roteiros adequados.
15 Ninguém nos conhece pelo que falamos e sim pelo que operamos.
16 Não somos amados pelo que ensinamos com a boca, mas sim pelo que realizamos com o coração.
17 Não somos conhecidos pelas teorias que esposamos e sim pelos bens ou pelos males de que somos portadores, na estrada em que seguimos, na companhia de quantos nos foram confiados pelo Senhor.
18 Façamos assim, do Espiritismo a carta de nossos deveres pessoais, à frente de Deus e da Humanidade, e não a mensagem que nos lisonjeie a expressão particularista de crentes, aprendizes ou simpatizantes da Grande Causa que cogita da redenção terrestre.
19 O nosso caminho está descerrado ao sol do Cristo.
20 Seguiremos para diante com a ação evangélica ou seremos esmagados pelo carro do progresso comum.
21 Agiremos com o bem ou perderemos tempo no mal.
22 Materializaremos o amor que o Mestre nos legou ou permaneceremos indefinidamente materializados no Círculo carnal, por séculos infindos.
23 Avancemos meus amigos.
Nosso ideal é serviço constante, nossa fé representa claridade divina e nossa esperança é caridade em ação.
24 Sigamos com Jesus, afastando-nos da retaguarda, e Jesus estará conosco na vanguarda de luz.
Modesto Lacerda