1 Meus amigos.
Agradeçamos na luta o clima renovador.
2 Nela possuímos o celeiro da experiência, onde o Espírito é capaz de amealhar os tesouros incorruptíveis da sabedoria e do amor.
3 A luta é alimento, pão da alma, força de crescimento do ser para a vida maior.
4 Sem que a vida e a morte estabeleçam conflito na Terra, a imortalidade não se divinizaria para os homens.
5 É necessário que a claridade combata a sombra, que a alegria sobrepuje o sofrimento, que a esperança fustigue a descrença, a fim de que possamos selecionar os valores que nos habilitem à vitória espiritual a que nos destinamos.
6 No mundo terrestre — bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual — tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
7 Do atrito nasce a luz, quanto o equilíbrio nasce do esforço de adaptação.
8 É imperioso nos resignemos a perder quanto signifique roupagem servida e inútil para que nosso espírito avance, no rumo da transformação para as luzes mais altas.
9 Sem que a semente abandone o envoltório, não há germinação para a sementeira; 10 sem o calor asfixiante o vaso nobre deixaria de existir; 11 e, sem o cinzel que martiriza a pedra selvagem, a obra-prima da escultura jamais seria arrancada à matéria bruta para o nosso ideal de beleza.
12 Somos, porém, mais que a semente, mais que o vaso, mais que a estátua…
13 Somos filhos de Deus, em desenvolvimento, que podemos acelerar, aceitando as injunções da luta, ou que podemos atrasar, com a nossa preferência pelo repouso ou pela inércia.
14 Abracemos os nossos deveres, ainda que pesados, porque somente da cruz que é nossa, do testemunho que nos fala de perto e do Calvário que nos pertence é que surgirá para a nossa vida a eterna ressurreição.
Aires de Oliveira