1 Meu amigo, repara!
Tudo é cooperação
No berço que te embala.
2 O sol conserva o mundo
Em seus braços de luz
E a terra guarda a vida
Com carinho extremado…
A nuvem desce ao solo
E espalha a chuva amiga.
O chão abre-se em fontes
Que sustentam, felizes,
O campo aberto em flor…
O tronco viridente
É, mais tarde, agasalho;
A erva frágil de agora
Será repasto à mesa…
3 A abelha pequenina
É operária do mel…
A simples gota d’água
É bênção no deserto.
4 A rocha guarda o vale,
Garantindo-lhe o bosque…
O vale é a casa amiga
De sementes e frutos.
5 Em toda parte, tudo
É concurso e bondade.
6 Que fazes para o mundo
No concerto das cousas?
7 Que dás à natureza?
Que ofereces de bom?
8 Foge ao frio da inércia
E ajuda sem cessar,
Porque o tempo que passa
É o cobrador de Deus;
E amanhã sem tardança
Dar-te-á com mãos cheias
A resposta da vida
Àquilo que semeias.
Rodrigues de Abreu
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