1 Muitas vezes, Senhor, brandindo a espada,
Junquei o campo de amargosas dores,
Estendendo medalhas e favores
Sobre o sangue da presa abandonada.
2 A golpes vis, assinalei a estrada
Do meu carro de falsos resplendores
E, buscando lauréis enganadores,
Desci, gemendo, à sombra ilimitada…
3 Mas, por lavar-me as trevas de outras vidas,
Deste-me a cruz de pranto e de feridas
No desprezado monte da aflição;
4 E, hoje, na doce luz com que me afagas,
Agradeço a lição de angústia e chagas
Com que me deste a paz da redenção.
Jesus Gonçalves
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