1 Contemplando-Te, ó Mestre, içado às dores,
Em teu trono de angústia, sangue e chagas,
Sinto em mim a grandeza com que esmagas
O ódio e a maldade dos perseguidores…
2 Ladeado por rudes malfeitores,
Ao vozerio de baldões e pragas,
Guardas no olhar a bênção com que afagas
O coração dos pobres sofredores.
3 “Perdoai-lhes, meu Pai!…” — disseste em pranto
No imenso amor, iluminado e santo,
Que a tua cruz de lágrimas encerra…
4 E vejo, enfim, que sem teus dons divinos
Não passamos de escuros peregrinos,
Infortunados lázaros da Terra!
Jesus Gonçalves
|