1 De coração cansado e opresso embora,
Não fujas ao calor da forja ardente,
Sofre os golpes da luta, frente a frente,
Bendizendo a aflição que te aprimora.
2 A mentira da fuga te não tente
O coração que sonha, clama e chora.
Levanta-te e caminha! Vence agora
Os perigos do pântano inclemente.
3 Acalma-te, confia, crê, resiste,
No destino mais áspero ou mais triste,
Porque a dor é a montanha em que te elevas!
4 Quem foge ao pranto amargo que depura,
Muita vez desce à noite imensa e escura,
Para gemer no cárcere das trevas.
Arnold Souza
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