1 Mãe, que te recolhes no lar, atendendo à Divina Vontade, não fujas à renúncia que o mundo te reclama ao coração.
2 Recebeste no templo familiar o sublime mandato da vida.
3 Muitas vezes, ergueste cada manhã, com o suor do trabalho, e confiaste à noite, lendo a página branca das lágrimas que te emanam da alma ferida.
4 Quase sempre, a tua voz passa desprezada, como vazio rumor o alarido das discussões domésticas, e as tuas mãos diligentes servem com sacrifício, sem que ninguém lhes assinale o cansaço…
5 Lá fora, os homens guerreiam, entre si, disputando a posse efêmera do ouro ou da fama, da evidência ou da autoridade… Além, a mocidade, em muitas ocasiões, grita festivamente, buscando o mentiroso prazer do momento rápido…
6 Enquanto isso, meditas e esperas, na solidão da prece, com que te elevas ao Alto, rogando a felicidade daqueles de quem te fizeste o gênio guardião.
7 Quando o santo sobe às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da base, e quando o herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti, na retaguarda de aflição.
8 Deste tudo e tudo ofereceste, entretanto, raros se recordam de que teus olhos jazem nevoados de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.
9 No entanto, continuas amando e ajudando, perdoando e servindo…
10 Se a ingratidão te relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa abnegação vela por ti dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.
11 Lembra-te de que Deus, a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é também o Grande Anônimo e o Grande Esquecido entre as criaturas.
12 Tudo passa no mundo… ( † )
Ajuda e espera sempre.
13 Dia virá em que o Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos em grandes asas de luz, transformará tua alma em astro divino a iluminar para sempre a rota daqueles que te propuseste socorrer.
Meimei