“Mas pela graça de Deus, sou o que sou”. — PAULO (I Coríntios, 15:10)
1 Notamos aprendizes do Evangelho que se declaram incapazes para a execução dos menores serviços na lavoura do bem.
2 Se convidados a orar, afirmam-se indignos.
3 Se convocados à proteção de um simples doente, em nome do Divino Médico, fogem à obrigação, proclamando-se fracos para a tarefa.
4 Se chamados à exposição da verdade, fazem-se mudos de acanhamento.
5 Se constrangidos à posição de responsabilidades, na direção das boas obras, alegam imperfeições e impedimentos.
6 Se trazidos ao esforço assistencial de qualquer natureza, retraem-se à pressa, pretextando inaptidão ou inexperiência.
7 Se indicados para a cooperação na sementeira do esclarecimento iluminativo, declaram-se em trevas.
8 Estudam, recebem nova luz, progridem mentalmente, mas não possuem espírito de iniciativa, coragem moral e ousadia na autossuperação. 9 E, por isso, são devorados devagarinho pelas gigantescas mandíbulas do tempo, que lhes consomem o corpo e as oportunidades de crescimento espiritual, sem se abalançarem a novas aquisições para a vida eterna.
10 Paulo de Tarso, reconhecendo a sua condição de ex-perseguidor do Cristianismo nascente, assevera: — “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou”.
11 A lição é admirável. Ninguém pode alegar incompetência ou inferioridade, ante as exigências do bem, se já reconhece a grandeza desse mesmo bem.
12 Quem algo possui, alguma coisa pode gastar.
13 Quem alguma coisa conhece, algo pode fazer.
14 Em verdade, no caminho que vamos percorrendo, derramamos ainda detritos e sombras do nosso próprio “eu”, entretanto, à maneira do grande defensor da gentilidade, podemos também pronunciar as encorajadoras palavras: — “Mas, pela graça de Deus, somos o que já somos”.
Emmanuel