O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartas do Coração — Autores diversos — 1ª Parte


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Cilícios

1 Antigamente, quem pretendia alcançar o Céu, através do caminho religioso, usava cilícios inquietantes com que castigava a carne dolorida.

2 Hoje, porém, compreendemos que a matéria, embora viva com os milhões de corpúsculos que a constituem, é recurso passivo ante a vibração espiritual.

3 Entendemos que a consciência vive ante o corpo na posição do maquinista perante a locomotiva.

A harmonia ou o desequilíbrio representam resultados da direção.

Não vale, pois, oprimir o sangue sem disciplinar o coração.

4 Na atualidade, possuímos cilícios valiosos que efetivamente cooperam em nossa redenção.

5 O silêncio amigo diante da calúnia impensada.

6 A renunciação a certos favores materiais, a benefício do companheiro que caminha conosco.

7 O sacrifício mudo pela afeição que se transviou no roteiro terrestre.

8 A doação dos recursos que nos façam falta, no amparo ao próximo.

9 A resistência às tentações de nossa própria natureza inferior.

10 O esquecimento de vantagens cabíveis à nossa situação, para que nossos companheiros se rejubilem com o êxito, antes de nós.

11 A gentileza sem reclamação.

12 A caridade sem pagamento.

13 A noite de vigília à cabeceira dos agonizantes.

14 O auxílio pessoal aos mais infelizes.

15 O sorriso amigo diante da suspeita sem razão de ser.


16 Semelhantes medidas são sempre elementos espirituais do mais alto valor ao nosso progresso.

17 O Senhor não nos induziu a atormentar o corpo, a fim de alcançarmos as Divinas Portas. Aconselhou simplesmente a coragem de negarmos a nós mesmos, no combate ao nosso “eu” egoístico e absorvente, a fim de que tomemos a cruz dos nossos deveres de cada dia, seguindo-lhe os passos.

18 Certamente, se quisermos sustentar nos próprios ombros o madeiro de nossas obrigações, atingiremos com o Mestre a alvorada da redenção sublime para sempre.


Emmanuel


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