1 O apostolado das mães é o serviço silencioso com o Céu, em que apenas a Sabedoria Divina pode ajuizar com exatidão.
2 Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida, oculta à multidão, mas identificada, pelas mãos de Deus.
3 Ele conhece o holocausto das mães sofredoras e desoladas e sustenta-lhes o ânimo através de processos maravilhosos de sua sabedoria infinita, assim como alimenta a seiva recôndita das árvores benfeitoras.
4 Um instituto doméstico, em muitos casos, é cadinho purificador.
5 Aí dentro, as opiniões fervilham na contenda inútil das palavras, sem edificações úteis; velhos ódios surgem à tona das discussões e sentimentos, que deveriam permanecer esquecidos para sempre, aparecem à superfície das situações, embora muitas vezes imanifestos nos entendimentos verbais.
6 O que nos interessa, porém, é a nossa redenção.
7 O sacrifício é a nossa abençoada oportunidade de iluminação.
8 Sabemos, no entanto, que para o carinho maternal, o combate é intraduzível.
9 Na batalha sem sangue no coração.
10 No espinheiro ignorado.
11 Na dor que os olhos não visitam.
12 O devotamento feminino será sempre o manancial do conforto e da bênção.
13 Quando se interrompe o curso dessa fonte divina, ainda mesmo temporariamente, a vida do lar sofre ameaças cruéis.
14 As experiências no sexo masculino conferem à alma um senso maior de liberdade ante os patrimônios da vida, e o homem sente maior dificuldade para apreciar as questões do sentimento como convém.
15 Para os que se confundem na enganosa claridade dos dias terrenos, a existência carnal é somente recurso a incentivar paixões e alegrias mentirosas, todavia, para quantos fixem o problema da eternidade, com a crença renovadora no altar do espírito, a romagem planetária é divino aprendizado para a redenção.
16 O lar terreno é a antecâmara do Lar Divino, quando lhe aproveitamos as bênçãos do trabalho santificante, porque, 17 na realidade, se o martelo e o buril são os elementos que aprimoram a pedra, a dor e o serviço são as forças que nos aperfeiçoam a alma.
18 Trabalhar e sofrer são talvez os maiores bens que nossa alma pode recolher nos pedregulhos da Terra.
19 Toda dor é renascimento, toda renúncia é elevação e toda morte é ressurreição na verdade.
20 O Tesouro Divino não se empobrece e, para Deus, os filhos mais ricos são aqueles que canalizaram os recursos do serviço a bem de todos, sem cristalizarem a fortuna amoedada nos cofres de ferro, que às vezes, cedo se convertem nos fantasmas de angústia, além do sepulcro.
21 Aqui, entendemos, com clareza mais ampla, o caminho da eternidade.
22 Mais vale semear rosas entre espinhos para a colheita do futuro, que nos inebriarmos no presente, com as rosas efêmeras dos enganos terrestres, preparando a seara de espinhos na direção do porvir.
23 Não percamos o dia para que o tempo não nos desconheça.
24 A dificuldade é nossa bênção.
25 Amemos, trabalhando nas sombras de hoje, a fim de que possamos penetrar, em companhia do Amor, na divina luz do Amanhã.
Agar