1 Em matéria de auxílio aos que te reclamam a luz da fraternidade, não te deixes guiar pelas aparências.
2 Não julgues o mordomo do ouro terrestre por afortunado detentor da riqueza.
3 Muitas vezes, sob anotações e fichas bancárias, é um trabalhador desesperado, vergando ao peso de inquietantes compromissos, quando não seja triste sedento de paz entre as grades da sovinice.
4 Não suponhas o homem representativo da vida pública como sendo o guardião da felicidade.
5 Em muitas ocasiões, embora ostente o bastão do poder, não passa de infortunada vítima de amargas provas a lhe roubarem o contentamento e a segurança.
6 Não consideres a mulher exteriormente enfeitada por joias de alto preço, por veículo de maldade e perturbação.
7 Quase sempre, no imo da própria alma, sente-se asfixiada por chagas dolorosas de amargura e desencanto, que lhe aniquilam as melhores aspirações.
8 Não creias que o artista da inteligência, admirável pelos valores intelectuais com que assombra a mente popular seja sempre o instigador da devassidão.
9 Muitas vezes, na intimidade dele mesmo é um mutilado psicológico, de quem as vicissitudes da Terra furtaram a esperança e a alegria.
10 Coxos e estropiados não se encontram simplesmente nos desvãos da indigência.
11 Respiram com mais frequência, segundo o símbolo evangélico, ( † ) nas grandes e luzidas assembleias do mundo onde se discutem as mais pesadas responsabilidades humanas.
12 Jesus quando nos pediu atenção para com os irmãos infelizes incluiu igualmente os nossos companheiros que conduzem consigo a bolsa recheada com aflitivos desenganos na vida íntima.
13 Fujamos ao exibicionismo dos elogios mútuos e das vazias competições em que medimos nossas forças com os próprios afeiçoados em torneios inúteis de vaidade e ilusão.
14 Que o entendimento nos ilumine o espírito na jornada para diante e compadecendo-nos uns dos outros, saibamos pavimentar com a verdadeira fraternidade o caminho de nossa libertação.
Emmanuel