1 Há choro dentro da noite…
É o doloroso gemido
De pobre recém-nascido
Que não encontra lugar…
Mãos insensíveis sufocam
Pequenina flor humana…
É o aborto, em lide insana,
Ferindo a Lei sem pensar.
2 Ah! quantas almas formosas,
Nos planos em que me movo,
Sonhando nascer de novo,
No entanto, rogam em vão…
Agasalham-se no amor,
Mas, em lágrimas convulsas,
Ei-las batidas e expulsas
A golpes de ingratidão.
3 Irmãos da Terra, escutai!…
Detende a marcha do aborto,
Estendei vosso conforto
Aos companheiros do Além!…
Cada criança que surge,
Mesmo entre rudes labéus,
É uma esperança dos Céus
Para a vitória do Bem.
Maria Dolores
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