1 Orientação para as horas em que o mal predomina. Há quem a solicite, como se não a tivéssemos.
2 Por que e para que teremos sido chamados ao serviço do Cristo?
3 Decerto que, se a nossa compreensão já foi iluminada no conhecimento evangélico, o Senhor, conquanto as nossas falhas, aceitou-nos por misericórdia a colaboração na seara do bem e, se Ele nos concede a felicidade de trabalhar nela, será justamente para que o bem se manifeste, através de nós, estendendo-lhe o apostolado renovador.
4 Se encontramos impedimentos e lutas morais, lembrando calhaus a meio do caminho, então é preciso recordar que, se o Senhor nos permite vê-los, não é para que lhes comentemos debalde a aspereza, e sim para que venhamos a afastá-los caridosamente da estrada, evitando acidentes da alma para os nossos irmãos outros, que exigem trânsito equilibrado nas vias do Espírito, a fim de errarem o menos possível na trilha a percorrer.
5 Se somos defrontados por amigos em tremendos conflitos consigo mesmos para se desincumbirem dos próprios compromissos nas boas obras, seja suportando-as dificilmente ou ausentando-se delas, então é preciso considerar que, se o Senhor nos faculta bastante discernimento para verificar-lhes as falhas, isso não acontece para que se nos façam eles objetos de críticas, e sim para que venhamos a auxiliá-los complementando-lhes o trabalho deficitário ou substituindo-os, quanto nos seja possível, no desempenho das obrigações que lhes cabem.
6 Em todos os lugares, os seguidores do Cristo são esperados para representa-lo em alguma circunstância ou junto de alguém.
7 Nos momentos graves, sejam quais sejam, indaguemo-nos, pois, como resolveria Jesus as questões complexas que se nos apresentam e, da inspiração dele, virá até nós, por norma invariável, o bem aos outros, dando de nós, sem pensar em nós.
8 Se os entes queridos não são os companheiros ideais que julgávamos fossem, então é preciso compreender mais e servir mais. Se os acontecimentos não são aqueles que nos favorecem segundo a nossa própria expectativa, então é preciso reconhecer que o mundo está repleto daqueles que sabem reprovar ou condenar, maldizer ou ferir, mas Jesus situou-nos junto do próximo, como sendo o lado da bênção e a parte do amor.
Emmanuel
(Anuário Espírita 1982)