“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo.” — PAULO (Romanos, 5.1)
1 Louváveis todas as nossas considerações referentes à coragem da fé que nos cabe cultivar à frente das lutas, no mundo externo; todavia, é forçoso examinemos a importância da fé viva, portas a dentro do mundo de nós mesmos. Fé profunda e espontânea. Segurança íntima, tranquila, funcional.
2 Já sabemos realmente mecanizar as operações do corpo, comandando-as de maneira instintiva.
3 Alimentas-te e não te preocupas com as fases diversas do processo nutritivo. 4 Dormes e entregas ao coração todo o trabalho de vigilância e sustento dos mais remotos distritos da vida orgânica.
5 Falta-nos, porém, até agora, automatizar os recursos superiores da própria alma.
6 Falta-nos reconhecer — mas reconhecer claramente — que Deus está em nós, conosco, junto de nós, ao redor de nós e que, por isso mesmo, é imperioso, de nossa parte, aceitar as lições difíceis mas sempre abençoadas do sofrimento, nas quais a pouco e pouco obteremos a coragem suprema da fé invencível.
7 Nesse sentido jamais desinteressar-nos do aprendizado.
8 Confiar em Deus nos dias de céu azul, mas igualmente confiar em Sua Divina Providência nas horas de tempestade.
9 Acolher a dor como sendo preparação da alegria. 10 Atravessar a provação entesourando experiência. 11 Observar as leis da vida e acatá-las, compreendendo que dificuldade é instrução imprescindível e que o tempo de infortúnio não é senão a consequência dos nossos erros de pensamento ou de ação, favorecendo-nos o reajuste.
12 Tão-somente assim, abraçando com paciência e proveito as lições menores da existência, transfigurando-as em luz para a vida prática, adquiriremos a fé vitoriosa que sabe esperar, agir, desculpar, amar e servir segundo a misericórdia de Deus.
Emmanuel
(Reformador, agosto 1967, página 170)