“… Não vem o Reino de Deus com visível aparência.” — JESUS (Lucas, 17.20)
1 Dominarás a gramática, adquirindo fino lavor verbalista na ciência da expressão, mas enquanto não articulares a própria linguagem na luz da sinceridade e da compreensão, a tua palavra, conquanto primorosa, não renovará a ninguém.
2 Indicarás a trilha exata da beneficência através de preciosos conselhos, mas enquanto não te dispuseres a percorrer a estrada do desprendimento, no auxílio aos semelhantes, embora ajudes indiretamente a quem te ouça, andarás órfão de teus próprios avisos.
3 Pregarás tolerância, movimentando conceitos sublimes, mas enquanto não deres de ti mesmo em abnegação e humildade, na desculpa que ofertas, não farás claridade no coração a fim de acertar com o próprio caminho.
4 Levantarás magnificentes construções terrestres, mas enquanto não ergueres em ti próprio o templo da paz, alicerçado no dever nobremente cumprido, não encontrarás em teu benefício o pouso interior da genuína tranquilidade.
5 Honrarás os teus familiares e amigos como seres extremamente queridos, mas enquanto não compreenderes que as esperanças e as necessidades deles são iguais às do próximo, com o mesmo direito à bênção de Deus, não conquistarás em favor de ti a cidadania do Universo.
6 Desfrutarás admiração e apreço, com espetáculos de prestígio e renome, mas enquanto essas realizações não te repercutirem na vida íntima, em forma de alegria oculta pelas obrigações irrepreensivelmente atendidas, ainda mesmo à custa de supostos fracassos e prejuízos, no campo das experiências materiais, nenhuma demonstração de estima pública te adiantará no Reino do Espírito, onde, em verdade, se te vincula a vida real.
7 Melhoremos o mundo em derredor de nós, aperfeiçoando a nós mesmos. Capacita-te de que, depois das tarefas executadas no Plano físico, possuirás tão somente a extensão e a quantidade de Céu que houveres edificado dentro de ti.
Emmanuel
(Reformador, janeiro 1967, p. 2)