“Tende o mesmo sentimento uns para com os outros…” — PAULO (Romanos, 12.16)
1 A moeda, a cultura da inteligência, o verbo fulgurante e a segurança social nem sempre conseguem suprimir os problemas da pobreza, porque não nos é lícito esquecer a pobreza de espírito.
2 Seareiros do bem que esvaziam a bolsa em socorro dos semelhantes, conquanto a ventura que adquirem pela ventura que espalham, às vezes trazem cruzes dolorosas por dentro do coração. 3 E o mesmo acontece a muitos daqueles outros que levantam no mundo o archote do gênio, empunhando o buril da frase, transportando os tesouros da emoção, desvendando novos ângulos da Natureza ou detendo o cetro da autoridade.
4 Isso nos obriga a considerar que necessitados não são apenas aqueles que se nos mostram em condições visíveis de penúria material; em muitas circunstâncias somos procurados por dores disfarçadas sob títulos honrosos do mundo ou recobertas por enfeites dourados.
5 Descerra, desse modo, o coração para o grande entendimento! n Aquele que julgas como sendo o mais rico, diante da realidade será provavelmente o mais pobre, tanto quanto o que se te afigura o mais feliz seja talvez o mais infortunado.
6 Ouçamos a solicitação oportuna do apóstolo Paulo: “Tenhamos o mesmo sentimento uns para com os outros…”
7 Não te impressiones tão somente pelos olhos físicos. Deixa que a tua visão espiritual funcione à frente de todos e encontrarás em cada um daqueles que te cruzam a estrada um filho de Deus e irmão nosso, qual acontece a nós no rude labor do próprio burilamento, pedinte de compreensão e necessitado de amor.
Emmanuel
[1] (Reformador, setembro 1966, página 194) [Nota do Compilador: O texto entre vírgulas “desse modo” no indicador 5, consta da mensagem publicada no Reformador, mas não neste livro impresso.]