1 Onde se encontrará esse espaço vital que as potências ambiciosas do mundo pleitearam nas assembleias internacionais? Será ele vasto caminho juncado de cadáveres e atapetado de sangue?
2 Ter-se-ia transformado essa zona de vitalidade em zona de destruição e de morte?
Porque o quadro sinistro dos dias que passam não assevera outra cousa senão a terrível embriaguez da hegemonia pela vindita e pelo sangue dos irmãos.
3 Em caminhada longa e sinistra, esses povos do totalitarismo disputam o dragão da guerra com todo o cortejo de suas visões amargas e miseráveis.
Colônias? Não
O único desejo é o de domínio.
4 Em 1914, havia mais alemães ganhando a vida em Paris que indivíduos de origem germânica nas colônias do Reich.
5 E, depois, a instalação de um novo governo não transforma a vida particular dos habitantes de um território.
Os proprietários continuam os mesmos; os grupos familiares não se modificam.
Somente o elevado sentido de administração pode imprimir uma orientação nova, elevando ou deprimindo a alma da coletividade.
6 E acaso estariam essas potências totalitárias em condições de educar melhor as massas que a França e a Inglaterra?
Forneçam a resposta todos os que ainda reflexionam sobre os códigos do direito e da liberdade.
7 Mas, o sentimento horrível da catástrofe é a ânsia do nacionalismo inferior que humilha todos os valores humanos, ilaqueando as conquistas da civilização no seu penoso caminho de trabalho e de experiências.
8 O que se observa é o antifraternismo, a eliminação do comércio, as restrições de ordem econômica, complicando a vida de todos os que se integram na grande família humana.
9 E a visão da morte, atendendo aos gritos supostamente patrióticos das potências de rapina, caminha agora sobre o mundo inquerindo aos ditadores se será com o seu concurso que será conquistado o espaço vital.
10 Triste quadro em que o homem, abdicando de todos os seus valores espirituais, marcha embriagado para a ruína suprema, ansioso de domínio, sedento de hegemonia, sem saber que se entrega ao doloroso abismo da destruição.
Emmanuel