1 Meus amigos, que a paz de Deus se faça em vossos corações.
2 Os devotados companheiros de vossa tarefa, cooperadores da Esfera Invisível, congratulam-se convosco pelas sublimes alegrias dessa noite.
3 O Senhor da Seara concede-nos gloriosa oportunidade de serviço, com a presente dilatação de vossos júbilos e responsabilidades e, como é justo, os amigos de cada hora expandem-se em sagrado contentamento do coração.
4 Alguns deferiram à minha palavra singela a satisfação de vos transmitir tamanha alegria; no entanto, o lápis humano é bem pobre para dizer das emoções Divinas do Espírito.
5 Nossa alegria, porém, é um compromisso espiritual, e saudando-vos em Cristo, suplico as Suas Bênçãos de Amor para os nossos esforços.
6 A tarefa que nos compete é bem grande, porque nenhum lutador pode repousar sobre os louros conquistados.
7 É indispensável traduzir, em expressões de trabalho permanente, o esforço de conservação das luzes recebidas.
E a nossa tarefa é a que se constitui da bondade e da compreensão com Jesus.
8 As antigas filosofias religiosas vão passando. É lógico que não lhes podemos negar as influências preciosas em sua época.
9 Quase todas constituíram a nós outros, portas sagradas de esperanças e de revelação gradativa. Entretanto, o Espírito evolui cada dia, e é impossível cristalizar-lhe os impulsos em formas convencionais.
10 Todos nós endereçamos aos cultos antigos o voto do reconhecimento e do respeito justo, mas não podemos paralisar a caminhada para Deus.
11 Nessa jornada incessante tem sido necessário, muitas vezes, seguir sem a companhia do sacerdócio, naturalmente indicado para a grande realização de nossos objetivos espirituais.
12 A maioria tem preferido as atitudes acomodatícias com os poderes temporais, estacionando à frente dos altares de pedra.
13 Em vão as coletividades hão clamado por sua adesão aos impositivos do progresso; debalde os corações aflitos hão buscado o socorro dos templos suntuosos e frios.
14 Em semelhantes contingências, no entanto, o homem verificou que era impossível conservar insatisfeita a sua fome de verdade e de Deus.
15 A época das máquinas chegou aos vossos Círculos, tentando sufocar-vos preciosas conquistas. Problemas angustiosos surgiram em toda parte.
16 A imaginação envenenada criou postulados políticos perigosos, e os monstros da guerra voltaram a pairar ameaçadores sobre o lar humano.
17 A ciência colabora no conflito, emprestando seus valores às ideologias da morte. E a alma humana, frente à poderosa realidade da Vida Eterna, sentia frio.
18 Somente a fé, somente o poder de Deus poderão estruturar a consolidação de seus patrimônios imperecíveis.
19 E eis que tendes na revivescência do Evangelho, com o Espiritismo Cristão, o movimento novo, destinado a localizar a luz dos tempos futuros.
20 Estamos, porém, sob o ponto de vista religioso, quase sós, e a obra pede corações devotados e braços cheios de heroísmo.
21 A humanidade está cansada de promessas e de livros, de teorias e de interpretações literais.
22 O homem reclama os frutos do tempo, e é por essa razão que Jesus espera dos colaboradores da atualidade as máximas expressões do amor fiel.
23 A restauração do Evangelho não virá sem revivescência dos sacrifícios.
24 As catacumbas antigas estão distantes, os circos do martírio desapareceram, mas prevalece ainda a zona inferior da vida que o discípulo precisará combater e vencer para a vitória do Mestre Divino.
25 O livro é a oração de cada um, o ensinamento é o exemplo vivo, a crença é a vida íntima.
Eis porque compreendemos a extensão de vossos trabalhos e renunciações.
26 Não vos desanimem, todavia, as hostilidades encontradas.
Jesus permanece ao lado dos discípulos fiéis até o fim dos séculos.
( † )
27 Não vos faltará o Apoio Divino, como não vos faltarão os alvitres do Alto.
28 O Senhor guiará os nossos passos, desde que Lhe ofereçamos a “TERRA” do coração.
29 Que os seus mensageiros encontrem sempre em vossas almas o terreno preparado às Divinas Semeaduras.
30 E a todos vós que comparecestes, tangidos por sentimentos sagrados de fé sincera, curiosidade sadia e solidariedade confortadora, nós endereçamos os melhores votos de paz: — o Tesouro Eterno que o mundo não dá, nem pode suprimir. 31 Vós em nós, encarnados e desencarnados, unamos as nossas mãos no labor santo.
32 Nossa atividade não é a que busca o repouso doentio, nossa paz não poderá constituir o prêmio falso da ociosidade.
33 Não aguardareis a coroa de rosas na Terra, quando o próprio Cristo recebeu a de espinhos nos Trabalhos Supremos.
34 Confiemos no Pai, que não desampara os filhos na menor circunstância dos caminhos da Criação.
35 Asseguro-vos que, além dos sepulcros, outras tarefas vos esperam o coração.
36 Não luteis em favor da discórdia, porque a verdadeira fé sabe encontrar motivos de elevação em todos os serviços da consciência reta.
37 E que esta casa de amor possa ser uma Escola Divina que nos ensine a todos os que se encontrem na carne ou fora de seus Círculos, as sublimes lições da caridade e da luz, no Sagrado Amor a Deus sobre todas as cousas e ao próximo como a nós mesmos,
( † ) são os votos de vosso servo e irmão muito humilde.
Emmanuel
(05/02/1942)