1 Em toda parte, a tristeza surge na Terra à maneira de sombra sob diversas modalidades.
2 Vemos a tristeza delituosa de quem não consegue arrojar-se ao despenhadeiro do crime.
3 Temos a tristeza desordenada daqueles que não puderam implantar a discórdia.
4 Auscultamos a tristeza destrutiva de quantos apenas encontraram frustração em seus planos perversos.
5 Sondamos a tristeza malévola daqueles que se viram inabilitados para ferir…
6 Identificamos a tristeza coagulante dos inimigos do trabalho que fazem das horas culto permanente à ociosidade e à penúria…
7 Tristeza da inveja que envenena a prosperidade dos outros…
8 Tristeza da maledicência que recolhe em seu curso o antídoto da bondade…
9 Tristeza do orgulho quando não logra sobrepor-se à virtude alheia…
10 Tristeza da vaidade que não pode elevar-se à galeria da ostentação…
11 Tristeza de ricos que ignoram deliberadamente as oportunidades de luz que lhes enriquecem a existência, encerrando-se, eles próprios, nas algemas de desregrada ambição e tristeza de pobres que olvidam conscientemente os recursos de amor que Deus lhes confere, aprisionando-se, eles mesmos, no cárcere da incontinência e da maldade, da revolta e da indisciplina…
12 Tristeza de moços que se esquecem dos próprios deveres e se arruínam na fúria de paixões deploráveis, e tristeza de velhos que fogem às obrigações que a madureza lhes delega e se anulam na corrente sombria do desespero e da dor inútil…
13 Mas a pior tristeza de todas é aquela que nasce da inconformação no aprendiz de Jesus, chamado a edificar a verdadeira alegria na Terra, porque, desconhecendo à sublimidade do sacrifício do Divino Mestre, que converteu a própria cruz em gloriosa ressurreição, o seguidor do Evangelho, trazido ao serviço e à paz, à humildade e ao otimismo, que se recolhendo à tristeza vazia e estéril, é o maior agente de contaminação da preguiça e do desânimo, por fazer-se instrumento vivo dos anestésicos do mal.
Emmanuel