1 Querida mamãe, peço a Deus nos proteja, ao mesmo tempo que lhe rogo me abençoe com a prece do seu carinho.
2 Rejubila-se o meu coração com a nossa caminhada desta noite.
3 Cada irmão nosso, mamãe, em provas maiores e mais difíceis que as nossas, é verdadeira mensagem de alegria e consolo que a Divina Providência nos envia…
4 Quantas lágrimas sulcam o semblante daqueles que a necessidade aprisiona em grades de sombra?
5 Quantas chagas ocultas nesses companheiros, cujas aspirações e esperanças palpitam no peito, iguais, às nossas? Pensemos em tudo isso e pacifiquemos o íntimo com o bálsamo da conformação em nossas lutas.
6 A dor maior diminui a dor menor. E aqueles que choram, por muito tempo, sem pausa, servem de reconforto aos que choram, como nós, com intervalos de esperança e oração, porque há sofrimentos, cuja extensão é semelhante a linha contínua de fogo em largo incêndio, sem brechas e qualquer providência de extinção, até que a água da Divina Misericórdia converta a chama devoradora em carvão e silêncio.
7 Escutemos os apelos da vida e saibamos valorizar o nosso ensejo de trabalho e redenção.
8 Com outros amigos espirituais, abnegados e queridos, tudo estamos fazendo pela paz da senhora e pela paz dos corações que o Mestre nos deu ao Jardim dos sentimentos mais puros. Esperemos que a bênção de Jesus seja aproveitada por todos.
9 Rogo-lhe muito cuidado com a saúde, observando o regime alimentar, tão frugal e tão leve quanto seja possível.
10 E abraçando-a com meu constante enternecimento e com meu carinho de todas as horas, beija-lhe as mãos e o coração, o seu filho reconhecido, sempre seu,
William
[55] Mensagem recebida em Pedro Leopoldo no dia 13.12.1958, logo após uma peregrinação de assistência a irmãos em penúria, da qual tomou parte Dª Adélia, mãe de William.