1 Tantas vezes nos referimos aos problemas da família no mundo!
Filhos difíceis, pais-problemas, parentes que se nos erigem condição de antagonistas, companheiros do lar que nos relegam ao abandono!
2 E, em consequência, as lutas aparecem, agressivas e contundentes.
É aí no instituto doméstico que somos chamados a praticar paciência e a exercitar compreensão.
3 Muitos de nós se acham detidos nessa oficina de burilamento e melhoria, incapazes de ultrapassar a órbita da consanguinidade para a construção do amor a que as Leis do Senhor nos destinam.
4 Entretanto, a nós outros, os espíritas, compete a obrigação de enxergar mais longe e reconhecer mais amplos os deveres que nos prendem à experiência comunitária.
5 Não somente suportar os conflitos de casa com denodo e serenidade, abraçando os entes queridos com a certeza de que os amamos, livres de nós, se assim o desejam, para serem mais cativos aos desígnios de Deus.
6 Não apenas isso. Entender também nos grupos em que nos movimentamos a nossa família maior. E amar, auxiliar, apoiar construtivamente e servir sempre a todos os que nos compartilhem o trabalho e a esperança!
7 A independência existe unicamente na base da interdependência. 8 As Leis Divinas criaram com tamanha sabedoria os mecanismos da evolução que todos nós, de algum modo, dependemos uns dos outros.
9 Não se renasce na Terra, sem o concurso dos pais ou dos valores genéticos que forneçam.
10 Não se adquire cultura sem professores ou recursos que eles se decidam a formar.
11 Não se obtém alimento sem esforço próprio, nem sob o amparo do esforço alheio.
12 E nem se alcança experiência por osmose, já que todos nós somos conduzidos à arena da existência, uns à frente dos outros, afim de aprendermos a amar-nos e compreender-nos mutuamente.
13 Reportamo-nos a isso para dizer-vos que as tarefas em nossas mãos constituem núcleos de serviço e união, dentro dos quais, por devotamentos às realizações que nos cabe efetuar, é preciso nos inclinemos à fraternidade autêntica, abençoando e ajudando a quantos nos cerquem.
14 Há famílias de ordem material e aquelas outras de ordem espiritual — afirma-nos o Evangelho, ( † ) na Doutrina Espírita.
Atendamos, por isso, ao nosso conceito de família mais ampla.
15 Grande é a luta, entretanto, isso se verifica, a fim de que a nossa vitória seja igualmente maior.
16 Conduzamos a nossa mensagem de paz e amor a quantos nos partilhem a estrada do dia a dia.
17 Esse é mais forte e pode oferecer-nos apoio em certo sentido, mas aquele que se revela mais fraco é o companheiro que espera de nós o auxílio necessário para fortalecer-se.
18 Aqui, encontramos alguém que se nos afina com o modo de pensar e de ser, transformando-se-nos em fonte de estímulo, 19 no entanto, ali, surge outro alguém que ainda não edificou em si os valores espirituais que lhe desejamos, aguardando-nos abnegação e entendimento para se nos harmonizar com as aspirações e os ideais de mais alta expressão.
20 Além, identificamos a presença daqueles que conseguem ombrear conosco no mesmo nível de trabalho, incentivando-nos a servir, 21 mas adiante, observamos a ação daqueles outros que nos afligem ou atrapalham, exigindo, porém, de nossa compreensão o auxílio preciso para se tornarem simpáticos e produtivos na obra em que fomos engajados pelo Senhor.
22 Família e família!
Família do coração entre algumas paredes e família maior do espírito a espraiar-se em todos os domínios da Humanidade!
23 Sigamos, à frente de nossas tarefas, amando e abençoando por amor à construção que nos foi confiada o que, na essência, quer dizer por amor nossa própria felicidade.
24 Filhos queridos!
Recordemos: cada criatura, que nos desfruta o caminho ou a experiência, é semelhante à planta que se ajudarmos nos ajuda.
25 Somos todos clientes uns dos outros no trabalho em que a vida nos situou. 26 Agradeçamos a oportunidade de entender isso e o privilégio de trabalhar por um Mundo Melhor com o nosso Espírito Melhorado seguindo para a Vida Melhor.
Bezerra
(De mensagem recebida em 24.02.1973.)