1 Você deseja saber,
Meu caro Breno Monteiro,
Como se vê, de outro mundo,
A presença do dinheiro.
2 Dinheiro visto do Além,
Atente bem para isso,
É motor de evolução,
Alavanca de serviço.
3 Lembrando estudos no Alto,
Um pensamento me alcança:
— “Finança gera trabalho,
Trabalho gera finança.”
4 Pense no brilho celeste
Das bênçãos que se arrecade,
Sob a forma de moedas
No câmbio da caridade.
5 Ninguém conhece na Terra
Toda a luz que se derrama
Da moeda de passagem
No coração de quem ama.
6 Moeda, em nome do amor,
Não consigo descrevê-la,
Onde surge auxiliando
Mais se parece a uma estrela.
7 Aqui, apoia mães tristes,
Agindo discretamente,
Ali, restaura a alegria
De uma criança doente.
8 Faz-se depois teto amigo,
Defesa da vida sã,
Remédio aplicado hoje
Para a saúde amanhã.
9 Além, transforma-se em livro,
Alimento, roupa, escola,
Mão generosa da bênção
Que recupera ou consola.
10 Além de tudo, o dinheiro
Com grandeza que não meço,
Faz-se argamassa invisível
Na construção do progresso.
11 É máquina multiforme,
É torre de grande altura,
Comércio, fraternidade,
Educação que se apura.
12 Dinheiro, em nome de Deus,
Nunca fez males que eu visse,
O que atrapalha a moeda
É a unha da sovinice.
13 Finança, por si, não cria
Loucura, dor, abandono…
Veja esta frase expressiva:
— Dinheiro retrata o dono.
14 O crédito sem trabalho
E o cofre cheio e infecundo,
São duas calamidades
Roendo as forças do mundo.
15 O dinheiro que apareça
Com passaporte no bem,
É sempre apoio da vida,
Não prejudica a ninguém.
16 Disse o Cristo: “Céu aos ricos
Nem sempre é fácil de achar…”
É que o pão duro já vive
No inferno particular.
Cornélio Pires
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