1 Respondendo a sua carta,
Afirmo, prezado Elmano:
— Dinheiro é amparo do Céu
Entregue ao progresso humano.
2 Nunca censure a moeda.
Bem dirigida, a finança
É bênção para o trabalho
E uma fonte de esperança.
3 Para mostrar o dinheiro
No apoio que descortina,
Trago a você nesta carta
Uma lição pequenina.
4 Calimério foi à rua
Seguido de um companheiro
Que conquistara, ajudando
Na casa de um carpinteiro.
5 O irmão que você conhece
Comportava-se por guia,
Fez-se o outro associado
Que escutava e obedecia.
6 Tratava-se de um amigo
Dos melhores que se tem,
Quando a pessoa deseja
Viver cultivando o bem.
7 Notei logo o quadro lindo
Que se formara nos dois,
Onde passassem servindo
A luz brilhava depois.
8 Ambos levaram socorro
Para Zulmira Noé;
A doente que descria
Recobrou a própria fé.
9 Promoveram leito novo
Com todo conforto à mão
Para o velho Regozino
Que esmorecera no chão.
10 Trouxeram novo agasalho
Para o quarto do Agenor,
O enfermo desamparado
Que pedia cobertor.
11 Viram ambos a alegria
Na viúva do Albernaz,
A quem deram de presente
Um grande bujão de gás.
12 Ao telheiro de Angelina,
A viúva do Zé França,
Trouxeram penicilina,
Socorrendo uma criança.
13 Ao recanto da viúva
Lilia da Conceição
Enriqueceram a mesa
De leite, açúcar e pão.
14 E a festa foi sempre assim
Pelo restante do dia,
Onde a dupla aparecesse
A esperança renascia.
15 Unidos para a bondade
Recordavam cireneus,
Respeitados em silêncio
Por missionários de Deus.
16 Agora, digo a você
Quem era esse servidor
Que ofertava tanto auxílio
Nesse banquete de amor.
17 O amigo de Calimério
Que lhe atendia à vontade,
Tem este nome bendito:
— “Dinheiro da Caridade.”
Cornélio Pires
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