A vida de D. Maria, em sua última encarnação, iniciou-se no século passado. Nos seus noventa anos de existência, com muita humildade, muito trabalho, fé inabalável em Jesus, conseguiu cumprir a sua árdua e nobre missão.
Casada com o Sr. João Francisco de Lima, ficou viúva aos 33 anos de idade. Com 5 filhos, morando em uma fazenda nas cercanias de Uberlândia, optou pela cidade, a fim de conseguir meios para criá-los.
Apesar das dificuldades, adotou mais um filho, com apenas 1 ano e 2 meses, Eurípedes Fagundes Lima.
Católica praticante, procurou em sua vida nortear os passos dos filhos dentro do Cristianismo. Revela-nos em sua mensagem, fatos desta e doutra vida, que nos dão a certeza de que a vida continua, além das fronteiras da morte…
DEPOIMENTO
Aproveitamos a oportunidade para agradecer o júbilo que o nosso tão querido Chico Xavier nos proporcionou pelas suas mãos luminosas, trazendo-nos notícias de nossa querida mãezinha, rogando a Jesus que o fortaleça, dando-lhe muita saúde e alegria em suas tarefas.
Não poderíamos deixar de agradecer também os nossos caros irmãos Weaker e Zilda Batista, de quem recebemos tanto auxílio e conforto espiritual.
Eurípedes Fagundes Lima e Família
MENSAGEM
1 Querido Eurípedes, n meu filho, Deus nos abençoe. Você desejava receber notícias minhas e aqui estou; desejando a você e à Monika, n com meus netos, saúde e paz, coragem e alegria.
2 Dirijo-me a você com muita emoção. Todos os filhos estão no cofre de minhas saudades, especialmente você que me veio de Deus por filho do coração. n Agradeço tudo o que você fez para o bem-estar de sua velhinha.
3 Minha viagem foi demorada. Tive tempo suficiente para ver vocês todos crescendo e abraçando as tarefas que Jesus lhes reservou. 4 Aqui, em meus momentos de meditação, relembro tudo quanto você me dizia, preparando-me para aceitar a transferência de vida. n
5 A morte foi para mim um sono bendito, com descanso para a minha cabeça e para os meus braços. 6 Como dormi, não sei. Fiquei na condição das pessoas que recebem, inconscientemente, uma injeção de anestésicos num local e acordam em outro.
7 Você ouviu, decerto, falar sobre um missionário do bem, de nome Alfredo Júlio. n Pois foi quem, a pedido de parentes meus, me conduziu à casa de repouso onde me encontro.
8 Não encontrei meus familiares diretos, porque, com a minha existência de noventa anos, minha avó e mãe já haviam recebido outras tarefas. 9 Mas quando o João Francisco, n meu esposo, chegou ao aposento em que me achava, para ver-me, não sei transmitir a você a felicidade que me desabrochou no coração. Foi um momento inesquecível que, em nossa família, talvez somente você conseguirá compreender. Então, voltou-me o ânimo ao coração.
10 Queria ser novamente a tutora dos meus rapazes e das meninas, porque, para as mães, os filhos são sempre as suas mais lindas crianças. 11 E, atualmente, já estou zelando pelo Adolfo, pedindo a Deus para que a Tereza n esteja mais forte para enfrentar as lutas do caminho. Eu que passei tantos anos de viuvez, imagino o que não estará sofrendo a nora, com a ausência do Adolfo. Deus nos proteja.
12 Quero dizer-lhe que todas as páginas que você lia para mim com tanta paciência são reflexos da verdade. 13 A vida continua, mas com tanta grandeza que eu não saberia falar a você, se quisesse ou pudesse traçar comentários sobre isso.
14 Meu filho, sempre que você puder, vá ver os seus irmãos e todos os nossos. Julieta, Antonieta, Marieta e João n precisam de sua palavra de irmão amigo.
15 Ainda não posso oferecer a você cousa alguma. A sua velhinha está, ainda, tão pobre quanto veio daí, de minha família para cá. 16 No entanto, espero entender os caminhos que me cercam e que se estendem junto de mim, convidando-me a conhecer melhor a vida; e o João Francisco me promete apoio para quando o nosso filho Adolfo se reconhecer mais forte e, então, procurarei servir você e sua querida família de Anápolis, com o meu amor de mãe, porque não acredito possuir outra cousa para dar, ainda por muito tempo.
17 Saiba, porém, que você continua sendo, para mim e para o João, o nosso querido Liminha, que não podemos esquecer.
18 Meu filho, perdoe se não escrevi certo o que devo fazer, com atenção — e guarde a certeza de que onde eu estiver, você terá, sempre, esta mãe pelo coração, sempre a pedir a Jesus, por nós, paz e felicidade.
Maria Filomena de Jesus
30.05.1986
ELUCIDAÇÕES
1) Eurípedes Fagundes Lima — Filho adotivo de D. Maria Filomena.
2) Monika Marx Lima — Esposa do Sr. Eurípedes Fagundes Lima. O casal tem três filhos. Verônika, Guinter e Angélica.
3) … Veio de Deus por filho do meu coração. — Refere-se ao filho adotivo. Quando encarnada usava esta expressão com frequência.
4) …Preparando-me para aceitar a transferência da Vida. — Nos seus últimos dois anos, D. Maria encontrava-se acamada em face de fratura dos ossos da bacia. Preocupada com a desencarnação iminente, recebia de seu filho Eurípedes esclarecimentos sobre a Vida Espiritual, o reencontro com o esposo e a facilidade que teria em proteger os filhos.
5) Alfredo Júlio — Destacado militante espírita na cidade mineira de Uberlândia, quando encarnado.
6) João Francisco Lima — Esposo de D. Maria Filomena. Casados durante 16 anos, desencarnou por volta de 1927.
7) Adolfo Lima — Filho mais velho do casal. Nasceu em Uberlândia — MG, no dia 25.07.1918, desencarnando em 04.12.1985. Terezinha Lima — Nora de D. Maria, esposa do Adolfo.
8) Referências aos Filhos Julieta, Antonieta, Marieta e João Lima, que com Adolfo, completam-lhe a constelação familiar.
Paulo de Tarso Ramacciotti