O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Assuntos da vida e da morte — Familiares diversos


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Maria Filomena de Jesus

05.04.1894, Uberlândia, MG. — 30.03.1984, Uberlândia, MG.

A vida de D. Maria, em sua última encarnação, iniciou-se no século passado. Nos seus noventa anos de existência, com muita humildade, muito trabalho, fé inabalável em Jesus, conseguiu cumprir a sua árdua e nobre missão.

Casada com o Sr. João Francisco de Lima, ficou viúva aos 33 anos de idade. Com 5 filhos, morando em uma fazenda nas cercanias de Uberlândia, optou pela cidade, a fim de conseguir meios para criá-los.

Apesar das dificuldades, adotou mais um filho, com apenas 1 ano e 2 meses, Eurípedes Fagundes Lima.

Católica praticante, procurou em sua vida nortear os passos dos filhos dentro do Cristianismo. Revela-nos em sua mensagem, fatos desta e doutra vida, que nos dão a certeza de que a vida continua, além das fronteiras da morte…


DEPOIMENTO


Aproveitamos a oportunidade para agradecer o júbilo que o nosso tão querido Chico Xavier nos proporcionou pelas suas mãos luminosas, trazendo-nos notícias de nossa querida mãezinha, rogando a Jesus que o fortaleça, dando-lhe muita saúde e alegria em suas tarefas.

Não poderíamos deixar de agradecer também os nossos caros irmãos Weaker e Zilda Batista, de quem recebemos tanto auxílio e conforto espiritual.


Eurípedes Fagundes Lima e Família


MENSAGEM


1 Querido Eurípedes, n meu filho, Deus nos abençoe. Você desejava receber notícias minhas e aqui estou; desejando a você e à Monika, n com meus netos, saúde e paz, coragem e alegria.

2 Dirijo-me a você com muita emoção. Todos os filhos estão no cofre de minhas saudades, especialmente você que me veio de Deus por filho do coração. n Agradeço tudo o que você fez para o bem-estar de sua velhinha.

3 Minha viagem foi demorada. Tive tempo suficiente para ver vocês todos crescendo e abraçando as tarefas que Jesus lhes reservou. 4 Aqui, em meus momentos de meditação, relembro tudo quanto você me dizia, preparando-me para aceitar a transferência de vida. n

5 A morte foi para mim um sono bendito, com descanso para a minha cabeça e para os meus braços. 6 Como dormi, não sei. Fiquei na condição das pessoas que recebem, inconscientemente, uma injeção de anestésicos num local e acordam em outro.

7 Você ouviu, decerto, falar sobre um missionário do bem, de nome Alfredo Júlio. n Pois foi quem, a pedido de parentes meus, me conduziu à casa de repouso onde me encontro.

8 Não encontrei meus familiares diretos, porque, com a minha existência de noventa anos, minha avó e mãe já haviam recebido outras tarefas.   9 Mas quando o João Francisco, n meu esposo, chegou ao aposento em que me achava, para ver-me, não sei transmitir a você a felicidade que me desabrochou no coração. Foi um momento inesquecível que, em nossa família, talvez somente você conseguirá compreender. Então, voltou-me o ânimo ao coração.

10 Queria ser novamente a tutora dos meus rapazes e das meninas, porque, para as mães, os filhos são sempre as suas mais lindas crianças.   11 E, atualmente, já estou zelando pelo Adolfo, pedindo a Deus para que a Tereza n esteja mais forte para enfrentar as lutas do caminho. Eu que passei tantos anos de viuvez, imagino o que não estará sofrendo a nora, com a ausência do Adolfo. Deus nos proteja.

12 Quero dizer-lhe que todas as páginas que você lia para mim com tanta paciência são reflexos da verdade. 13 A vida continua, mas com tanta grandeza que eu não saberia falar a você, se quisesse ou pudesse traçar comentários sobre isso.

14 Meu filho, sempre que você puder, vá ver os seus irmãos e todos os nossos. Julieta, Antonieta, Marieta e João n precisam de sua palavra de irmão amigo.

15 Ainda não posso oferecer a você cousa alguma. A sua velhinha está, ainda, tão pobre quanto veio daí, de minha família para cá. 16 No entanto, espero entender os caminhos que me cercam e que se estendem junto de mim, convidando-me a conhecer melhor a vida; e o João Francisco me promete apoio para quando o nosso filho Adolfo se reconhecer mais forte e, então, procurarei servir você e sua querida família de Anápolis, com o meu amor de mãe, porque não acredito possuir outra cousa para dar, ainda por muito tempo.

17 Saiba, porém, que você continua sendo, para mim e para o João, o nosso querido Liminha, que não podemos esquecer.

18 Meu filho, perdoe se não escrevi certo o que devo fazer, com atenção — e guarde a certeza de que onde eu estiver, você terá, sempre, esta mãe pelo coração, sempre a pedir a Jesus, por nós, paz e felicidade.


Maria Filomena de Jesus

30.05.1986


ELUCIDAÇÕES


1) Eurípedes Fagundes Lima — Filho adotivo de D. Maria Filomena.


2) Monika Marx Lima — Esposa do Sr. Eurípedes Fagundes Lima. O casal tem três filhos. Verônika, Guinter e Angélica.


3) … Veio de Deus por filho do meu coração. — Refere-se ao filho adotivo. Quando encarnada usava esta expressão com frequência.


4) …Preparando-me para aceitar a transferência da Vida. — Nos seus últimos dois anos, D. Maria encontrava-se acamada em face de fratura dos ossos da bacia. Preocupada com a desencarnação iminente, recebia de seu filho Eurípedes esclarecimentos sobre a Vida Espiritual, o reencontro com o esposo e a facilidade que teria em proteger os filhos.


5) Alfredo Júlio — Destacado militante espírita na cidade mineira de Uberlândia, quando encarnado.


6) João Francisco Lima — Esposo de D. Maria Filomena. Casados durante 16 anos, desencarnou por volta de 1927.


7) Adolfo Lima — Filho mais velho do casal. Nasceu em Uberlândia - MG, no dia 25.07.1918, desencarnando em 04.12.1985. Terezinha Lima — Nora de D. Maria, esposa do Adolfo.


8) Referências aos Filhos Julieta, Antonieta, Marieta e João Lima, que com Adolfo, completam-lhe a constelação familiar.


Paulo de Tarso Ramacciotti


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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