1 Querido papai Djayr e querida mãezinha Doralice, Deus nos abençoe.
2 Vocês dois desejam tanto as minhas notícias e o meu desejo é tamanho, no sentido de abraçá-los, que não resisti e solicitei os bons ofícios da vovó Emília para vir encontrá-los. Felizmente, vou indo bem.
3 As preces e vibrações do meu avô Antenor, de minha avó Laura e meu avô João me restauraram a vontade de trabalhar e continuar em grupo de serviço, a fim de não ser um peso morto na proteção de nossos muitos amigos.
4 Fiz um curso de enfermagem aqui na Vida Espiritual e, presentemente, ao mesmo tempo em que os vejo tranquilos em Ipanema, posso colaborar junto de irmãs queridas em auxílio aos doentes de vários hospitais, cumprindo a alegria de conhecer as melhoras de muita gente, embora ainda me entristeça à frente dos acidentados que me lembram a própria desencarnação, em tão difíceis circunstâncias.
5 Papai Djayr e mamãe Dora, sou muito grata aos dois por me lembrarem com tanto carinho. Não chorem a minha perda, apesar de nossas saudades, porque, atualmente, acompanho tanta gente em provação que julgo melhor ter vindo para cá mais cedo, sem esperar que as provas, então, do mundo me impusessem um comportamento inadequado, com maiores aflições para nós todos.
6 Não cheguei a sofrer tentações de natureza inferior, porque o estudo e o trabalho me refundiram as energias, mas sinto o pesar de reconhecer várias amigas minhas desviadas do melhor destino que poderiam usufruir, caso se mantivessem nas disciplinas necessárias da vida, plenamente infelizes.
7 Com estas palavras não me faço de criatura superior e, sim, me confesso agraciada com a desencarnação julgada prematura, porque, através do acidente de que fui vítima, entrei no Mundo Espiritual como quem se matricula numa escola de renovação e aperfeiçoamento.
8 Escolhi a enfermagem, porque os irmãos doentes são meus professores de paciência e coragem. Junto deles, aprendo lições que não me seria possível receber na posição maior lapidada que os pais queridos me deram com tanto amor.
9 Hoje sei quanto dói a moléstia de um filhinho que desfalece, aos poucos, sem esperança das mães, sem as providências do mundo e sei orar rogando a DEUS fortaleza e conformação para a mulher desvalida que, em vão, pede melhoras para o esposo internado em sanatórios de alienados mentais.
10 Dou aos pais queridos estas notícias consciente de que estarão satisfeitos com a filha que não se acostumaria a permanecer na inércia, sob a proteção de tantos amigos e parentes devotados que convivem na VIDA MAIOR.
11 Mãezinha Doralice, papai Djayr, quando puderem, visitem as enfermarias dos enfermos indigentes dos hospitais. É possível que me encontrem lá, junto a um coração materno que morre no esquecimento dos filhos e netos a que deu o próprio coração.
12 Sempre que souberem que surja em nosso bairro alguém doente e sem recurso, não pensem na presença de delinquentes possíveis. Façam o auxílio que puderem. Seguiremos juntos, porque depois do apoio de nossa casa, seria eu a me dirigir com ele para algum pronto-socorro, onde talvez chegue tarde para fugir da morte.
13 Pais queridos, muito obrigada pelo amor com que me cultivam a memória e muito obrigada por serem gente de DEUS, de coração aberto à beneficência.
14 Aos estimados vizinhos e amigos, as minhas saudações afetuosas e, reunindo os dois em meu imenso carinho e em minhas grandes saudades, beija-lhes as mãos generosas, a filha reconhecida.
Denize Freire Valença
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 12/7/1986, em Uberaba, MG.).
ESCLARECIMENTOS
Denize Freire Valença
Nascimento: 19 de Janeiro de 1962
Desencarnação: 24 de Maio de 1985
Pais:
Djayr Gonçalves Valença
Doralice Freire Valença
Rua Nascimento Silva, 7; apto 704; Ipanema. CEP. 22421-020; Rio de Janeiro (RJ)
Essa mensagem foi publicada originalmente em 1988 pela editora IDEAL e é a 2ª mensagem da 5ª lição do livro: “Corações renovados”.