43 — MENSAGEM
GENTILE — Nesta oportunidade, em nome do Instituto de Difusão Espírita, nós queremos agradecer a presença do Dr. Elias Barbosa e a sua generosidade em nos trazer palavras de tanto esclarecimento, fundamentadas na experiência de sua vida médica problemas do nosso dia a dia, que certamente, servirão para todos nós. Queremos pedir aos nossos irmãos presentes que se mantenham em silêncio, em prece, que talvez nosso irmão Francisco Cândido Xavier possa psicografar alguma mensagem para nós.
(Pausa)
O médium lê em voz alta a página psicografada:
CHICO:
CONVITE n
1 Homem, escuta a voz que, ao longe, se aproxima
Concitando-te à vida, em sentido profundo,
A conquistar mais Céus para a glória do Mundo,
Como quem deixa o valle e sobe monte acima.
2 Volve ao Cristo de Deus, no trabalho fecundo
De transformar em luz a crença que te anima…
Que a forma te não prenda à enganadora estima
Da illusão que se esvahe de segundo a segundo!…
3 Busca, viajor da Terra, o porvir sublimado,
Dor é sol desfazendo os grilhões do passado
Ante a libertação que, em paz, se te descerra!
4 Sem paixão por ti mesmo e servindo à Era Nova,
Na construção do Amor em que a fé se te prova,
Terás no próprio Amor a redempção da Terra.
Gustavo Teixeira
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44 — DIVÓRCIO
GENTILE: Chico Xavier, a ZYR-93, Rádio Clube Ararense, nos incumbiu de entrevistá-lo. Temos aqui uma série de perguntas que você, naturalmente, tem liberdade de responder ou não responder. A primeira delas é a seguinte : QUAL A SUA POSIÇÃO, DIANTE DO PROBLEMA DO DIVÓRCIO?
CHICO: Apesar de respeitar muito e agradecer, de coração, o convite, estimaríamos que o nosso amigo Salvador Gentile, em nome da Rádio, convidasse o conferencista da noite — Dr. Elias Barbosa —, para responder a esta pergunta e a colaborar nas respostas às perguntas subsequentes que forem aqui formuladas, para que não estejamos sozinhos nesse ou naquele assunto, de vez que reconheço a minha nulidade para quaisquer respostas desejadas. Cabe-se anotar que se algo falarmos de proveito, estaremos falando sob a influência de Amigos Espirituais.
DR. ELIAS: Antes de tudo, caros irmãos, não nos reconhecemos capacitado para responder à pergunta. Entretanto, tentaremos uma resposta rápida, deixando ao nosso caro Chico o esclarecimento essencial do assunto. A nosso ver, o divórcio não deve ser incentivado. Em certas circunstâncias, porém, quando um dos cônjuges tende ao suicídio ou ao homicídio, o divórcio será medida razoável porque sabemos que a prática de um quanto a do outro, agravará muito mais a problemática do Espírito reencarnado.
Considerando a imortalidade, se o casal não conseguir por agora resolver todos os problemas que lhes caracterizam a vida em comum, há de resolvê-los, por certo, em existências posteriores. De modo que, pelo que temos visto na vida prática, nesse terreno, o ideal será sempre agir com paciência, uma vez que ao cogitar de desquite, o cônjuge dá mostras de grave infantilidade psicológica, a requisitar terapêutica adequada, a fim de não perpetuar a dificuldade emocional, quando constituir nova unidade conjugal.
Estimaríamos que, em seguida, o nosso Chico nos fizesse a gentileza de completar a resposta.
CHICO: Apoiamos integralmente o nosso caro amigo, Dr. Elias Barbosa, que se expressou com muita segurança.
45 — EXPANSÃO DAS DOENÇAS MENTAIS
GENTILE: Chico, a que você atribui a taxa sempre crescente de doentes mentais?
CHICO: Os Espíritos Amigos que se comunicam, são unânimes em afirmar que essa taxa crescente de perturbação, na atualidade, decorre do desequilíbrio existente entre as nossas conquistas de ordem científica e o atraso dos nossos sentimentos.
Existe grave desequilíbrio na balança cérebro-coração.
À medida que o progresso nos exonera as mãos de maior esforço, mais amplamente estamos a sós conosco nos caminhos da vida.
Com isso faceamos certas dificuldades para nos suportarmos, do ponto de vista individual, sem perturbações, porque estas perturbações são consequentes à nossa incapacidade de responder, do ponto de vista emocional, à evolução da inteligência. Isso cria tomadas de obsessão ou desarmonias mentais muito grandes, reconhecendo-se que ainda cultivamos certa espécie de amor extremamente possessivo na Terra. Falamos do ponto de vista coletivo. Esse amor possessivo gera em nós processos lamentáveis de ciúmes e desesperação, que muitas vezes nos induzem à delinquência confessa.
Quando encontrarmos um caminho de libertação espiritual, através do respeito que devemos uns aos outros, na condição de jovens e de adultos, entendendo-se que cada um de nós é um mundo por si e que cada qual de nós é chamado a exercer tare f a específica sobre a Terra, então muitos dos nossos problemas alusivos à perturbação mental serão praticamente eliminados. Isso ocorrerá, porque estaremos em condições de responder com altura de sentimento à elevação das novas descobertas que nos impelem a crer que a Terra é, realmente, para nós todos, um mundo maravilhoso.
A dificuldade ou a perturbação residem, efetivamente, em nós mesmos.
46 — LIDERANÇA RELIGIOSA
GENTILE: Nossa pergunta, agora, é para o Dr. Elias Barbosa. O senhor acha, Dr. Elias, que ao Brasil está reservado um papel de liderança no concerto mundial quanto à questão religiosa? Por quê?
DR. ELIAS: Desde a publicação do livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, pelo Espírito de Humberto de Campos, através da mediunidade do nosso caro Chico Xavier, isso ficou bem claro — a posição do Brasil no papel de liderança no concerto mundial, do ponto de vista religioso. E, a cada minuto que passa, inclusive com o exemplo de Araras, quando esta cidade se constitui hoje na capital da divulgação espírita brasileira, não resta a menor dúvida de que o Brasil se encontra nessa vanguarda. Além disso, as organizações assistenciais, as editoras espíritas, os centros de espiritualidade, enfim, tudo o que se realiza de nobre e belo em Terras do Cruzeiro, são atestados inequívocos de semelhante posição de liderança para o nosso País.
47 — OBSESSÃO E LIVRE ARBÍTRIO
GENTILE: Chico Xavier, os Espíritos desencarnados em desequilíbrio, influem sobre os encarnados, a ponto de subtrair-lhes o livre arbítrio? Como e quando?
CHICO: Não. Na condição de cristãos, sobretudo porque antes da codificação da Doutrina Espírita, já possuíamos, no Evangelho de Jesus, explicações muito claras quanto à nossa responsabilidade de viver, é impossível admitir que uma criatura, encarnada ou desencarnada, consiga furtar o livre arbítrio nas fontes do nosso pensamento. Às vezes, estudamos o assunto quando já nos achamos encarcerados nas consequências de ações complexas ou infelizes, praticadas por nós, seja nesta vida ou em vidas passadas. Nessas circunstâncias, somos impulsionados a crer que o Espírito obsessor encontra em nós afinidades ou raízes de ligação com as quais se harmonizam conosco, quando, na realidade, são companheiros nossos, da existência atual ou de outras eras que passam a integrar conosco verdadeira legião de criaturas perturbadas. Por isso mesmo, Jesus, certa feita, conforme as narrativas do Evangelho, declarou que determinado Espírito obsessor trazia o nome de Legião. Em vista disso, a criatura, quando está positivamente obsediada, pode estar refletindo toda uma falange de Espíritos infelizes que se afinam com ela. Processo obsessivo, a nosso ver, é problema de harmonização ou de aceitação, no mecanismo de nossos relacionamentos recíprocos.
48 — OS TEMPOS SÃO CHEGADOS
GENTILE: Nosso caro Dr. Elias Barbosa, como o senhor entende a afirmativa que fazem de que os tempos estão chegados? Quais os sinais que o senhor pode nos mencionar a este respeito?
DR. ELIAS: Eu gostaria que o nosso prezado Chico respondesse a esta pergunta, por gentileza.
CHICO: Segundo Emmanuel, os tempos são, naturalmente chegados, para que nós, por dentro de nós, façamos um compromisso real, efetivo, de renovação íntima, valorizando o tempo, na pauta dos conhecimentos superiores que já possuímos.
Se aproveitássemos dez ou vinte por cento em trabalho, dos conhecimentos elevados de que já somos detentores, principalmente nós outros, os espíritas-cristãos, certamente que os tempos estariam chegados, para muita felicidade na Terra, começando, esta felicidade, em nós mesmos.
Isso, porém, não é fácil. Construir por fora foi sempre algo fácil, mas edificar por dentro de nós as qualidades superiores que nos converterão em Espíritos realmente enobrecidos, é muito difícil.
Os tempos são chegados para que venhamos a perceber isto com mais clareza.
Trabalhar e trabalhar pelo bem de todos, é o programa da criatura, em todos os tempos, de modo a penetrar no entendimento e na execução das Leis de Deus.
49 — O FUTURO DA FAMÍLIA
GENTILE: Nos dias futuros, Dr. Elias, o senhor, que é psiquiatra e que lida no seu consultório com muita gente, de todas as classes, poderá responder esta pergunta com muita propriedade: Nos dias futuros, a família se unirá mais ou tenderá a desagregar-se?
DR. ELIAS: Antes de tudo, cumpre-nos informar que somos apagado clínico e não psiquiatra. Isso posto, acreditamos que a família se unirá mais, pois devemos confiar no progresso infinito da vida. A família naturalmente se unirá, à medida que houver maior conhecimento da psicologia humana. No dia em que se exigir da pessoa que se candidata ao casamento um certificado de habilitação em curso mesmo rápido de Psicologia, temos a ideia de que haverá notável modificação na estrutura da família, para melhor. Indispensável saiba cada um de nós quais são os nossos deveres, a fim de que nos orientemos com segurança em relação a certos mecanismos de defesa do eu, principalmente no que se refira à projeção, para que aprendamos a ser nós mesmos e não a personalidade que as outras criaturas estimariam que fôssemos. Conhecendo os princípios kardequianos, estaremos aptos a conduzir-nos com paciência, mesmo quando nos vejamos num casamento de provas e expiações ou recebendo, na condição de filhos, os antigos desafetos — os desafetos de existências passadas —, em extrema desventura, de permeio com benfeitores reencarnados. A Doutrina Espírita nos fornece, com e feito, todos os elementos para que possamos organizar uma família com relativo equilíbrio, ensejando-nos contribuir em favor da paz geral, que dimana da paz existente nas quatro paredes do Lar.
50 — EVOLUÇÃO E ENCARNAÇÃO
GENTILE: Chico Xavier, por que se diz que o Espírito, para evoluir, precisa se encarnar? No Mundo Espiritual, ele não evolui? Qual a diferença principal entre as duas faixas de evolução quanto ao aprendizado?
CHICO: Não acreditamos estar de posse dos conhecimentos para respondermos a questões assim profundas, envolvendo decisões do Plano Superior. O que podemos concluir dos ensinamentos múltiplos dos Amigos Espirituais, é que durante a existência na Terra, enquanto somos favorecidos com a permanência no corpo, dispomos de maiores oportunidades para aprendizagem, educação ou reeducação, na aquisição das experiências de que necessitamos para a ascensão de definitiva à Vida Maior.
O corpo, neste caso, funciona como sendo uniforme, num educandário.
Sabemos que o corpo, em si, obedece a leis estabelecidas em regime de igualdade para a criação dos demais corpos; cabe-nos, portanto, admitir que, uniformizados pelo padrão de vestuário físico, na escola da Terra, somos favorecidos com disciplinas que de momento não estimamos receber.
Aqui recordamos aqueles alunos dos colégios humanos que, na maioria, muitas vezes não se agradam das disciplinas com que são acolhidos nos estabelecimentos que os recebem, embora, mais tarde, venham a saber que o benefício destas disciplinas é, e será sempre, incalculável para eles todos. Internados no corpo terrestre é que somos instruídos a respeito da necessidade de mais ampla harmonização de nossa parte, uns com os outros, certamente porque, vivendo nas Esferas Espirituais próximas da Terra, com aqueles que são as criaturas absolutamente afinadas conosco, não percebemos de pronto as necessidades de aperfeiçoamento e progresso. Numa comunidade ideal, com vinte, quarenta ou dez pessoas raciocinando por uma faixa só, estamos tão felizes que corremos o risco de permanecer estanques em matéria de evolução por muito tempo. Beneficiados com a reencarnação, o estacionamento é quebrado de modo natural, para que sintamos a sede de novos conhecimentos, fome de amor e anseio de compreensão, de vez que não ignoramos que sede e fome são fatores que nos obrigam a trabalhar muito. Então, espiritualmente, semelhantes fatores na vida do Espírito estão vigorando para nós todos, com a função de nos estimularem ao burilamento e ao progresso.
51 — DOENÇAS E CORPO ESPIRITUAL
GENTILE: Dr. Elias Barbosa, as doenças antes de aparecerem no corpo físico se manifestam no corpo espiritual? Terão, acaso, origem nos mecanismos da mente?
DR. ELIAS: Não temos dúvida de que antes de aparecer no corpo físico, que se constitui uma veste do Espírito, a doença se manifeste na mente. Isto é compreensível se analisarmos o indivíduo, por exemplo, que se desencarna numa situação de violência, ingerindo, suponhamos substância cáustica. Depois de atravessar períodos de sofrimento nas regiões purgatoriais da Espiritualidade, por tempo mais ou menos longo, quando retorne à Terra, é natural que ele traga a região comprometida do trato digestivo com alterações funcionais ou muitas vezes anatômicas, porque houve lesão do corpo físico que ele deixou na Terra em circunstâncias drásticas, com repercussão no corpo espiritual. Por exemplo, se ele ingeriu um metal pesado, cuja eliminação se faz principalmente por via renal, é claro que ele deverá renascer, e os seus glomérulos e o epitélio tubular apresentarão alterações muitas vezes de caráter embrionário, acarretando a esse Espírito reencarnado sofrimento e dificuldade. E, de um modo geral, no que se refere às doenças mentais, os indivíduos portadores de complexos de culpa muito intensos, no Mundo Espiritual, reencarnam em situações por vezes deploráveis, tendendo fugir à realidade ou tornando-se psicóticos. Essa situação de pânico se instalou na vida dele em decorrência da prática da autodestruição ou do mal, contra quem quer que seja. E, ainda, se verificarmos todos os tipos de enfermidades, concluiremos que para a doença se instalar, é evidente que terá de ser primariamente no Espírito. E, a propósito, queremos nos lembrar de um livro de Carl Gustav Jung, intitulado “Psicologia e Religião”, n já traduzido no Brasil.
Nesse livro, Jung considera que num indivíduo portador de qualquer processo blastomatoso, semelhante processo não pode estar localizado somente no corpo. E acrescenta que no indivíduo deverá existir um corpo espiritual e na tessitura desse corpo deverá existir também esse tumor, primariamente. Julga o notável psicanalista que para existir o tumor no corpo físico, deverá também existir na tessitura do corpo espiritual.
Em Doutrina Espírita, esta é a realidade que os Espíritos Amigos nos informam.
O problema das doenças decorre da gravidade da culpa. Quer dizer, conforme a gravidade da prática do mal, será o tipo de doença.
A doença surge na Terra, a benefício da própria pessoa, às vezes para salvá-la de certas situações em que ela cairia, conforme caiu em mais de dez, vinte existências anteriores.
O indivíduo nasce com determinada doença, como medida curativa do Espírito.
A criatura, acostumada, durante existências e existências, a roubar, a lançar mão do alheio, poderá em certa existência pedir para nascer sem mãos, a fim de que aprenda a não roubar. Antes de nascer sem as mãos, possivelmente haja passado por mais de dez ou vinte existências sofrendo do que nós chamamos de cleptomania.
Vejamos uma outra possibilidade, qual aconteceu naquele caso descrito em “Memórias de um Suicida”, n em que um companheiro havia subtraído a vida da esposa; os complexos de culpa lhe foram tão intensos, que a mão se lhe foi ressecando no Plano Espiritual, e, quando renasceu na Terra, trazia consigo a lesão consequente.
52 — PERISPÍRITO E CORPO FÍSICO
GENTILE: Chico Xavier, o que é o perispírito? Gomo ele atua sobre o corpo embrionário para plasmar-lhes as formas e como se liga e atua sobre o organismo já formado?
CHICO: Seria lícito somente examinar o problema do ponto de vista rigoroso da Ciência. Portanto, esperemos que a Ciência amplie estudos e pesquisas a respeito do corpo espiritual, para não criarmos quaisquer fantasias em nome da Religião, em redor de assunto assim tão sério.
Sabemos que nos últimos cinquenta anos, é que a Ciência, especialmente a Ciência Médica, vem obtendo êxitos matemáticos no estudo da vida orgânica no corpo físico. Tanto é assim, que a Medicina, atualmente, vem criando setores especializados em várias direções.
A vida física se reveste ainda de tantas complexidades e nos impõe tantos desafios, que, por enquanto, a existência do corpo espiritual, evidentemente positiva, exige perquirições detalhadas a fim de patentear-se no mundo. O perispírito, a rigor, é problema de ciência, conquanto nele respeitemos a matriz, a ,fábrica de modelos, a oficina dos clichês mentais que nos orientam a vida no corpo terrestre.
Esperemos que a Ciência na Terra se pronuncie, oportunamente, a respeito.
53 — SUPERVISÃO MÉDICA DAS CURAS MEDIÚNICAS
GENTILE: Dr. Elias Barbosa, o que dizem os benfeitores espirituais sobre os tratamentos realizados por via, mediúnica, que utilizam os recursos de Medicina Oficial (principalmente drogas alopáticas e tratamento cirúrgico), com vistas aos possíveis riscos de falha mediúnica? Não seria interessante haver uma supervisão de médicos terrenos bem intencionados?
DR. ELIAS: Admitimos que os médiuns deveriam estudar Allan Kardec. A maioria dos médiuns que se empenha nesse setor de tratamentos, seja de ordem cirúrgica ou não, muitas vezes, deixa de lado o estudo kardequiano, valorizando o fenômeno, em detrimento da justa compreensão dos princípios doutrinários. O ideal seria uma supervisão médica para auferir o valor do fenômeno, mas o que é importante é o seguinte: é que se estude Allan Kardec, porque o fenômeno existe, evidentemente, e nós precisamos estudar o fenômeno, mas precisamos reverenciar a Doutrina Espírita, acima de tudo. De modo que o Chico poderá responder a esta pergunta, porque ele mesmo, Chico Xavier, há poucos anos atrás, há cerca de dois ou três anos, se submeteu à cirurgia, com médicos da Terra. E ele está autorizado a formular uma opinião concreta.
CHICO: Acreditamos que o problema da cura espiritual, conforme a própria expressão, é assunto pertinente à fé com que recebamos os processos de auxílio do Mundo Maior. As curas espirituais, por isso mesmo, são capazes de surgir em qualquer setor religioso, no qual a mente humana se expresse com absoluta confiança nos poderes superiores que governam a vida. Acreditando nisso, estamos convencidos de que todas as pessoas que recorrem à oração, estão munidas de um poder cuja extensão, por enquanto na Terra, não conseguimos avaliar.
Quanto aos companheiros da mediunidade que se dediquem às curas de ordem física, impulsionados por Espíritos de médicos desencarnados, cremos que deveriam ou deverão solicitar o concurso de médicos encarnados dispostos a auxiliá-los em semelhante mister para que os nossos companheiros não permaneçam sozinhos ou quase que aparentemente sozinhos em tais experiências, mais fenomênicas do que doutrinárias propriamente consideradas.
Pessoalmente, aprendemos com os Bons Espíritos que a Medicina está na Terra por decisão dos Espíritos Superiores que executam os desígnios divinos; cada médico se ergue por intérprete da bondade de Deus no socorro às criaturas humanas.
Seria injusto de nossa parte desconhecer isso.
A Medicina é um sacerdócio, e estamos certos de que mesmo aos médicos que se acreditam mais entranhadamente materialistas, o auxílio do Mundo Espiritual nunca falta.
Se o médico declarado materialista, trabalha com espírito de amor aos pacientes, receberá o amparo dos Benfeitores da Vida Maior, nas suas atividades de ordem geral, a benefício dos seus protegidos, considerando-se o merecimento ou a necessidade de quantos lhe recolhem a assistência.
Compreendemos, sem dúvida, que a Medicina vem de Deus.
54 — SAUDAÇÃO
GENTILE: Para finalizar, Francisco Cândido Xavier, nós rogaríamos a você que registrasse uma mensagem ao povo de Araras.
CHICO: Saudamos a nobre cidade de Araras com os nossos melhores votos de progresso e paz, desejando-lhe as mais altas realizações com a bênção de Cristo. Estamos especialmente gratos ao acolhimento do Instituto de Difusão Espírita, a generosa organização que nos recebe com tanta bondade e que nos honra brilhantemente as construções doutrinárias. Em nosso caro amigo Salvador Gentile, deixamos o nosso abraço de reconhecimento a todos os companheiros ararenses, ao mesmo tempo que rogamos a Deus a todos nos inspire e nos abençoe.
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
[5] Entrevista realizada no Instituto de Difusão Espírita, em Araras, SP, por Salvador Gentile, a 5 de dezembro de 1971, quando da visita do médium para uma Tarde de Autógrafos.
[6] Poeta, autor de várias obras de valor, nasceu Gustavo Teixeira em São Pedro, SP, em 1881, e desencarnou na mesma cidade, em 1937. Vicente de Carvalho prefaciou-lhe o livro de estreante — “Ementário”, lançado em 1908. Sua produção foi reunida em 1959, sob o título de “Poesias Completas”, com Prefácio de Cassiano Ricardo, Anhembi S.A., São Paulo. — Observe-se em “Convite” a ortografia de acordo com a época em que o autor estava encarnado. (Nota dos Organizadores.)
[7] C.G. Jung, Psicologia e Religião, Tradução de Fausto Guimarães, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1965. (Nota dos Organizadores.)
[8] Obra recebida pela médium Yvonne A. Pereira, e editada pela Federação Espírita Brasileira, Rio, RJ. (Nota dos Organizadores.)