1 Um dia, verás a ti mesmo em Plano diferente.
2 Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. 3 Amigos que não vias, há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos. 4 Perguntarás a vários deles: onde estavas que não mais te encontrei? Por que te distanciaste de mim? Todos te abraçarão, com a alegria a lhes fulgurar nos olhos. 5 Fitarás as árvores carinhosamente podadas, formando corações que palpitarão de vida, plantas outras, mostrando as frondes entrelaçadas, lembrando mãos que se tocam afetuosamente. 6 Respirarás profundamente, reconhecendo, assim, as qualidades nutrientes do novo ambiente em que te verás…
7 Naquela festa de almas, porém, um homem de olhar manso desce de um torreão brilhante e caminha na direção dele.
8 Em vão, o recém-chegado tenta retirar dele os olhos magnetizados pelo amor que o desconhecido irradia. Ele caminha serenamente a fixá-lo com bondade, com a familiaridade de quem o conhecia.
— “Ah! — pensou o recém-vindo, — decerto que este amigo me conhece, de longo tempo.”
9 A custo, venceu a própria indecisão, e indagou do companheiro mais próximo:
— “Quem é este homem que está chegando até nós?”
— “É o Mensageiro da Vida.”
10 Não houve tempo para outras inquirições.
Efetivamente, aquela simpática, e estranha personagem lhe endereçou saudações fraternas e segurando-lhe a destra, qual se nela conseguisse ler todas as minudências da sua vida, não lhe perguntou pelo próprio nome, nada arguiu quanto à família a que pertencera ou à posição que exercera… Apenas pousou nele demoradamente os olhos azuis e perguntou-lhe:
— “Amigo, o que fizeste?”
Emmanuel