1 O rapaz cumprimentou o Instrutor e comunicou, espantadiço:
— Professor, não posso aceitar a sua designação para que eu seja o monitor de minha turma.
2 Por quê? — Indagou o educador, desapontado.
— Meditei bastante e reconheci que não tenho condições para o cargo… Minhas imperfeições são maiores do que o meu desejo de servir…
3 — Imperfeições? Quem não as terá neste mundo? Que ideia estranha é a sua!… Se é no trabalho que liquidaremos nossos defeitos e sanaremos os nossos erros, foge você do remédio capaz de aperfeiçoar-nos?
— Eu queria possuir qualidades positivas para exaltar o bem.
— Diga-me. Quais são essas qualidades?
4 O jovem explicou-se, acanhado:
— Aspiro a trazer comigo os traços de Jesus; afinal, é meu sonho transformar-me num brilhante lapidado e puro, a fim de refletir a grandeza do Divino Mestre!…
— Ah! — falou o Mentor surpreendido! — Compreendo, compreendo…
5 E fixando no aprendiz os olhos penetrantes, rematou:
— No entanto, não se esqueça você de que o brilhante formou-se do carvão considerado desprezível… Por milênios e milênios sofreu o peso do solo e dos detritos que oprimiam, acabando por asilar-se numa cascalheira por tempo longo… Por fim, rudemente ferido, pelos instrumentos do burilador, veio a ser a joia preciosa…
6 O diálogo terminou e entendemos que não é preciso dizer que no dia seguinte o rapaz ostentava na lapela o distintivo do monitor em ação, junto de extensa turma dos colegas que lhe dedicavam justa e constante admiração…
Emmanuel