1 O rapaz abeirou-se do Mentor, mostrando-se evidentemente acanhado, e considerou em tom de pergunta:
2 — Instrutor, a sua bondade já nos disse, várias vezes, que os ensinamentos de Jesus, o nosso Divino Mestre, estão sempre iluminados para a compreensão do nosso entendimento… 3 Entretanto, às vezes, esbarro com afirmativas d’Ele que me fazem pensar inutilmente, já que não lhes alcanço o sentido…
4 — Dê-me um exemplo — solicitou o interpelado com paciência.
5 — Disse-nos Jesus que se tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda ( † ) ( † ) — continuou o jovem consulente — certa montanha, por nossa ordem, transportar-se-á daqui para ali; não crê o senhor que isso é um absurdo em confronto com a realidade?
6 — Meu amigo — explicou-se o Mentor — Jesus, por falta de comparações e palavras adequadas, legou-nos muitas lições em forma de símbolos e parábolas… 7 Imagino que Nosso Divino Mestre tomou a imagem da montanha, como significado a nossos hábitos e preferências. Muitos defeitos, que ainda nos caracterizam, pesam sobre nós por montes de imperfeições que precisamos remover do mal para o bem…
8 — Mas — continuou o aprendiz — o senhor concordará que isso é uma observação puramente filosófica; desejo que o senhor me conduza para o domínio dos fatos reais.
9 O Instrutor meditou por alguns instantes em profundo silêncio e rematou:
10 — Caro amigo, se você pretende observar o poder de um agente pequenino, qual a semente de mostarda, sobre um corpo extenso de dificuldades que o desorienta ou perturba, acenda uma vela pequenina diante da escuridão.
Emmanuel