1 No reino de teu lar em paz celeste,
Repara quantas sobras de fartura!…
O pão dormido que ninguém procura,
O trapo humilde que não mais se veste…
2 Do que gastaste, tudo quanto reste,
Arrebata o melhor à varredura
E socorre a aflição e a desventura
Que respiram gemendo em noite agreste!…
3 Teu gesto amigo florirá perfume,
Bênção, consolo, providência e lume
Na multidão que segue ao desalinho…
4 E quando o mundo te não mais conforte,
Essa leve migalha, além da morte,
Fulgirá como estrela em teu caminho.
Auta de Souza
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