1 Enquanto a carne em treva brande a vara
Da amargurosa dor que te alanceia,
Acende, em paz, a lúcida candeia
Da sublime esperança que te ampara.
2 A fé transforma a noite em manhã clara.
Não te canse o deserto… Ara e semeia
E arrancarás da imensidão de areia
A flor da primavera e o pão da seara…
3 Que o grilhão do passado te não prenda.
Faze do amor a rútila oferenda
Do próprio ser ao mundo estranho e escuro!
4 E ave de luz tornando ao pátrio ninho,
Encontrarás, feliz, o áureo caminho
Para a esfera de glórias do Amor Puro!
Auta de Souza
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