ESCLARECIMENTOS
Nascimento: 15 de setembro de 1970.
Desencarnação: 02 de abril de 1985.
Idade: 15 anos.
Pais: Ademar Rivera Garcia e Jeannette Rojas Dias Rivera. Rua Roberto Toqueton, 181. CEP. 18550 - Boituva - SP.
Irmãos: Andréa Regina Rojas Rivera — Gabriel Tadeu Rojas Rivera, nascido em 15.03.1986 — Adriana Roberta Rojas Rivera.
Avó: Maria Rosa — materna, desencarnada em 30.5.1958.
COMENTÁRIOS
Estávamos ficando desvairados. Sem razões para mais nada. Tudo perdera o sentido em nossas vidas.
Pensávamos em cessar nossos passos na Terra. Ideias premeditadas rondavam. Não só eu curtia esses pensamentos tristes como também a minha esposa. Mas, a bondade de Deus olhou por nós, pela minha família e pelos meus filhos que ficaram.
Hoje posso falar com mais serenidade no assunto, embora ainda sinta muito.
André Rogério, em seus 15 anos, demonstrava ser um Espírito já bem vivido. Não sou eu quem o diz. Muitos amigos que dialogavam com ele achavam-no eclético demais para a pouca idade.
Pronto a qualquer favor, em festa de aniversário do primo, foi solicitado por alguém a ir comprar um maço de cigarros em uma padaria nas redondezas.
Por ter ganho uma mobilete uns 15 dias antes, convidou um amigo para que fosse junto.
Retornando, esse rapaz contou-nos que, inexplicavelmente, ele pediu-lhe para descer da garupa e caminhar ao seu lado.
Não andou mais do que 20 metros, quando foi abalroado por um automóvel Volkswagem onde, no seu interior, três rapazes fugiam da perseguição de uma viatura policial da Rota.
Socorrido pelos policiais da viatura, foi levado ao hospital mais próximo, mas, este não contava com os recursos necessários para o atendimento.
Transferido imediatamente para o Hospital Beneficência Portuguesa, foi submetido a vários exames e a uma cirurgia cerebral. Em estado de coma por três dias, veio a desencarnar.
Nessa época, André Rogério cursava eletrônica no Colégio São Judas Tadeu. Frequentou também um curso na Escola Preparatória Militar General Telles Pires. Era o seu sonho ingressar na Academia Militar da Aeronáutica.
Muita coisa acontecia que nos mostrava a imagem de meu filho. Procuramos o esclarecimento na leitura espírita.
Todos esses fatos nos levaram a Uberaba. Sem nada conhecer nessa cidade, conseguimos encontrar o Centro em que Chico Xavier atendia.
Na noite de sábado, do recebimento da sua carta, minha esposa olhando para o outro lado do salão, viu um rapaz levantar-se e, num ímpeto, ela gritou: “Parece meu filho!”
A sensação fez-lhe formigar as pernas e as mãos. Aflita, perguntou a uma senhora que estava ao seu lado a que horas estavam. Esta senhora respondeu que eram 22:03 horas. Nesse momento ela teve a certeza de que a mensagem que Chico psicografava era a de Rogério, porque, após a sua desencarnação, o seu relógio, sem que houvesse qualquer acerto de nossa parte ou mesmo de outras pessoas, disparava o alarme nesse mesmo horário.
Estamos vivendo não mais dopados pelos calmantes, mas, conscientes de que Rogério vive. A Terra é o nosso barco onde estamos com os remos da dor para aportar no amanhã, rejuvenescidos pela fé e pela esperança.
Procuremos viver perdoando, estudando esta Doutrina que nos ensina humildade, caridade e amor ao próximo. E, acima de tudo, a valorização da mediunidade deste servo de Deus na Terra que é Chico Xavier, sempre com o seu amor representado pela dedicação e trabalho em prol do semelhante. Deus abençoe Chico Xavier, eternamente.
MENSAGEM
1 Querida mãezinha Jeannette, peço-lhe me abençoe conjuntamente com o papai Ademar.
2 Seus pensamentos me envolveram de tal modo, que não tenho outro meio de colaborar em sua tranquilidade, senão pedindo a minha vinda até aqui para sossegar o seu querido coração.
3 Mãezinha, tudo se passou como sendo um relâmpago de violência. Os homens que não conheço se precipitaram sobre mim e a moto foi violentamente atirada ao longe, deixando-me estatelado no chão.
4 Tive a ideia de que a minha cabeça se quebrara de todo e aquela angústia concentrada era em mim um terrível mal-estar. Quis pedir socorro em voz alta, mas as minhas forças esmoreceram. 5 Compreendi que minha queda era uma sucessão de forças negativas compelindo-me a pensar que o fim chegara para o meu corpo como que triturado por dentro.
6 Notei que o socorro aparecia e que já não me achava tão só, mas o apoio mesmo veio a mim na voz doce e encorajadora da vovó Maria Rosa, que me pedia calma e paciência. 7 Apanhou-me como se recolhesse um trapo, tamanho era o sofrimento que eu sentia. 8 Preocupava-me o anseio de falar a meu pai e comunicar-me consigo para dizer o que acontecia, mas não pude.
9 A vovó Maria Rosa solicitou-me coragem e acrescentou que eu não podia perder a confiança em Deus.
10 Em seguida, retirou-me do corpo estragado qual se me retirasse uma veste do corpo e pediu-me calma e conformação. 11 Falaria aos pais, depois, acentuou ela, asserenando a minha cabeça.
12 Não deixou que eu visse meu corpo estirado no chão e afastou-se comigo, conduzindo-me em seu colo. 13 Somente aí fui informado de que me desligara da Vida Física, embora continuasse raciocinando e vivendo com intensidade.
14 Vendo, porém, a minha super excitação, a vovó recomendou-me dormir e, quando me dispus ao repouso, senti que um torpor indescritível me abafava, sem que eu conseguisse reagir. Então, descansei por muito tempo, com o que recobrei as minhas energias.
15 Pude então visitar nossa casa, ver as suas lágrimas e perceber a tristeza, do papai Ademar e das queridas irmãs que lastimavam a minha perda… 16 Sofri, querida mãezinha Jeannette, o que não sei lhe contar, mas a vovó Maria Rosa reconhecendo-me a perturbação, aconselhou-me a orar junto dela a fim de receber as melhoras necessárias e, desde então, estou procurando por mim mesmo o melhor caminho de meu reajuste.
17 Peço-lhe rogar ao papai não incomodar a ninguém por minha causa. Notei que os meus agressores estavam fugindo ao quadro de alguma ação infeliz, mas, mesmo sabendo disso, não desejo que sejam questionados pela polícia, a título de receber auxílio da opinião dos amigos em nosso favor.
18 Quem se atira a experiências tão amargas, pelo remorso que traz já carrega muito sofrimento na consciência e no coração.
19 Esqueçamos tudo, mãezinha Jeannette, e recordemos as bênçãos que Jesus nos tem concedido.
20 Com o tempo perderei a insegurança em que ainda me encontro e, então, poderei colaborar no serviço profissional do papai e ser para ele um companheiro de ideal e de luta.
21 As saudades de casa são ainda muitas, ensombrando a minha cabeça, mas, com o amparo das orações que me lembram nas preces, estarei novamente forte, muito em breve.
22 Peço dizer ao papai Ademar que ele sempre sonhou com a nossa união, lutando para trabalharmos juntos, mas isso não será impossível porque, de qualquer maneira, permitindo Jesus, estaremos juntos para fazer o melhor ao nosso alcance.
23 A desencarnação pode ser vida nova, mas não é distância e, pelo coração, prosseguiremos unidos.
24 Às queridas irmãs, abraço com o meu melhor carinho.
25 Sinto que escrevo com dificuldade, sem meios de sustentar, por enquanto, os meus pensamentos contínuos. 26 Uma certa falta de memória interrompe o curso de minhas ideias, mas vou melhorar e restabelecer-me.
27 Perdoe-me se esta carta não traduz a minha vontade de estar seguro de mim mesmo e, assim como pude vir hoje até aqui para tentar a transmissão de minhas notícias, espero que esta bênção de Jesus não será para mim a única vez.
28 Logo que me sentir mais forte em mim mesmo, voltarei para escrever melhor, pois, sei que pelo jeito de minha cabeça ainda instável, este meu comunicado não será muito legível, entretanto, aguardarei a minha possibilidade de voltar e dizer-lhes quanto me sinto grato por todas a alegrias que sempre recebi em nossa casa.
29 Mãezinha Jeannette, pedindo-lhe desculpas por minha letra que está praticamente difícil para mim, aqui vou terminar, enviando muito carinho às queridas irmãs e, pedindo ao seu coração querido e ao meu pai, receberem todo o meu carinho e reconhecimento, sou e serei sempre o filho reconhecido.
André Rogério
NOTA: Ao terminar esta mensagem, o jovem André Rogério recomendou-me pedir aos pais para abraçar, em nome dele, as irmãs Andréa e Adriana.
Chico Xavier
Rubens S. Germinhasi